O ar entre campos: as invenções do cinema de entrevista na última década

Por onde andou o cinema de entrevista brasileiro na última década? O que aconteceu depois da morte de Eduardo Coutinho em 2014? O que se deu depois que ele, que subiu um edifício dedicado a esse cinema, decidiu dinamitá-lo, em partes, nas vigas e colunas que o deixavam de pé, sobrando afinal as paredes esburacadas e bambas, bem ao seu gosto pelo imperfeito, o impuro, o momentâneo, o passageiro? A partir de Santo Forte (1999), Coutinho se dedicou a filmes estruturados pela sequência de personagens falando para… CONTINUA

Mostra Foco #3: Lançar-se em derivas, mastigar palavras

  O trajeto é acidentado, e nem passado nem futuro são chão firme de pisar. Três filmes que nos levam a uma viagem de um tempo a outro, em que o exercício do anacronismo é feito como ferramenta de autoconhecimento, ou pelo menos de perspectiva. Nos passos incertos do percurso entre tempos, as vozes das personagens e da narração nos lançam de volta palavras: o desejo de elaborar a experiência dos personagens em deslocamento, desterritorializados e fora do seu tempo, testando o registro da fala… CONTINUA

Mostra Foco #2: Projetar sonhos, cair em truques

Nessa sessão, personagens são uma coisa, mas também outra; individualidades que trazem outros tempos para dentro do tempo da narração, em que o sonho atravessa o realismo em um cruzamento tênue, onde a mão da montagem exerce a narratividade como evidência da construção de mundos. O segundo conjunto de curta metragens da mostra Foco tem Ratoeira (Carlos Adelino, 2020), De Costas pro Rio (Felipe Aufiero, 2020), Eu te Amo Bressan (Gabriel Borges, 2020) e 4 Bilhões de Infinitos (Marco Antonio Pereira, 2020). No cotejo com… CONTINUA

Mostra Foco #1 : Mirar horizontes, tropeçar em desabamentos de terra

Se ano passado o mote da Mostra de Tiradentes era “a imaginação como potência”, este ano parece que batemos na imaginação em revés. Não deu pé, a imaginação não deu conta, 2020 foi inimaginável. Tinha na formulação curatorial algo como: “a distopia como imaginário é um beco sem saída, precisamos de elaborações que escapem do achatamento de horizonte que vem se instalando ano a ano”. A intensidade de 2019 parecia a saturação máxima do assédio mental e material coletivo, mas não subestimemos a inventividade, estética… CONTINUA

“A diferença na forma é um termômetro da luta” – Entrevista com militantes do canal Treta no Trampo

Os entregadores de aplicativo começam a dar corpo a uma figura política coletiva frente às novas formas de trabalho, ao patrão na “nuvem”, à corrosão do que conhecemos como emprego e direitos trabalhistas. Aqui na revista lançamos uma série de textos que interrogam as imagens produzidas no contexto: o melodrama dos aplicativos, o diálogo com o cinema militante histórico, a inventividade e o desvio de finalidade na produção múltipla e heterogênea dos vídeos pelos trabalhadores no corre do dia a dia. Fechando a série #visõesdatreta,… CONTINUA

Mojica/Zé do Caixão/morto/vivo

O que pensa Zé do Caixão? O coveiro de uma pequena cidade no interior de São Paulo é visto pelos cidadãos como figurada assombrada, tipo folclórico que mete medo na população com suas ideias anticristãs. Zé se vê superior ao povo alienado pela religião, por Deus e por suas hipocrisias. O que o move é o desejo de encontrar uma “mulher perfeita, sem credo” para gerar o filho imortal. E assim, Zé sequestra mulheres e as coloca à prova de seus experimentos sádicos, chacoalhando a… CONTINUA

Uma aprendizagem: prosa sobre Sete anos em maio e Vaga carne

A ideia de trabalhar coletivamente tem orientado a Cinética na busca de novos diálogos e caminhos junto aos filmes. São oportunidades de conversarmos entre nós e com os filmes, chances de praticar conhecimentos, reconhecimentos e desconhecimentos. Aproveitamos o lançamento recente dos médias Sete anos em maio e Vaga carne – ambos com críticas publicadas aqui – para fazer este diálogo que se segue. A ideia é que possamos, via escrita coletiva, experimentar contágios, respostas, discordâncias, buscando assim falar de maneira multidimensional dos filmes e, em… CONTINUA

Conversa ao redor de uma nova cinefilia | Parte 4 – Pontos de fuga

Última de quatro partes da conversa da redação da Cinética a partir do texto “Por uma nova cinefilia”, de Girish Shambu. A conversa ocorreu em modo anônimo, via documento compartilhado online, entre 24/03 e 08/04 de 2020. Participaram Calac Nogueira, Fabian Cantieri, Francisco Miguez, Hannah Serrat, Ingá, Julia Noá, Juliano Gomes, Maria Trika, Pablo Gonçalo, Raul Arthuso e Victor Guimarães. A edição do material bruto foi realizada por Calac Nogueira, Ingá, Juliano Gomes e Victor Guimarães. Parte 1 – Binarismos e cisões Parte 2 – Os filmes “problemáticos”… CONTINUA

Conversa ao redor de uma nova cinefilia| Parte 3 – Autorias e políticas

Terceira de quatro partes da conversa da redação da Cinética a partir do texto “Por uma nova cinefilia”, de Girish Shambu. A conversa ocorreu em modo anônimo, via documento compartilhado online, entre 24/03 e 08/04 de 2020. Participaram Calac Nogueira, Fabian Cantieri, Francisco Miguez, Hannah Serrat, Ingá, Julia Noá, Juliano Gomes, Maria Trika, Pablo Gonçalo, Raul Arthuso e Victor Guimarães. A edição do material bruto foi realizada por Calac Nogueira, Ingá, Juliano Gomes e Victor Guimarães. Parte 1 -Binarismos e cisões Parte 2 – O… CONTINUA

Conversa ao redor de uma nova cinefilia| Parte 2 – Os filmes “problemáticos”

Segunda parte da conversa da redação da Cinética a partir do texto “Por uma nova cinefilia”, de Girish Shambu. A conversa ocorreu em modo anônimo, via documento compartilhado online, entre 24/03 e 08/04 de 2020. Participaram Calac Nogueira, Fabian Cantieri, Francisco Miguez, Hannah Serrat, Ingá, Julia Noá, Juliano Gomes, Maria Trika, Pablo Gonçalo, Raul Arthuso e Victor Guimarães. A edição do material bruto foi realizada por Calac Nogueira, Ingá, Juliano Gomes e Victor Guimarães. Parte 1 – Binarismos e cisões Parte 3 – Autorias e políticas… CONTINUA