Adros do Tempo

1. “(…) Foram recorrer aos poderes de Iroko. Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o cuidado de manter as costas voltadas para o tronco. Não ousavam olhar a grande planta, pois, os que olhavam Iroko de frente enlouqueciam e morriam. ” – Itan sobre Iroko. Orixá muito antigo, que é a própria representação da dimensão Tempo. acervo pessoal 10,2. Sabe quando você se depara com algo prisco (que pertence a tempos idos; antigo, velho, prístino.)? Como quando olhamos para uma pedra, uma… CONTINUA

Fenda – um roteiro

Éramos um pequeno grupo, formado de quatro homens e eu. Passávamos o dia todo juntos às partes mais podres e rejeitadas de todo o Cinema Brasileiro: Cinema Marginal, Boca do Lixo, Pornochanchadas, filmecos, filmes cagados, podres, de som e de imagem fodidas, um verdadeiro esculacho. Era como descobrir uma revista pornô velha, de páginas grudadas, amareladas e rasgadas, debaixo da cama de um primo. Assistíamos a tudo com o fascínio e o tesão daquilo que é renegado, pútrido e proibido. Quem olha para esses filmes?… CONTINUA

Conversa ao redor de uma nova cinefilia | Parte 4 – Pontos de fuga

Última de quatro partes da conversa da redação da Cinética a partir do texto “Por uma nova cinefilia”, de Girish Shambu. A conversa ocorreu em modo anônimo, via documento compartilhado online, entre 24/03 e 08/04 de 2020. Participaram Calac Nogueira, Fabian Cantieri, Francisco Miguez, Hannah Serrat, Ingá, Julia Noá, Juliano Gomes, Maria Trika, Pablo Gonçalo, Raul Arthuso e Victor Guimarães. A edição do material bruto foi realizada por Calac Nogueira, Ingá, Juliano Gomes e Victor Guimarães. Parte 1 – Binarismos e cisões Parte 2 – Os filmes “problemáticos”… CONTINUA

Conversa ao redor de uma nova cinefilia| Parte 3 – Autorias e políticas

Terceira de quatro partes da conversa da redação da Cinética a partir do texto “Por uma nova cinefilia”, de Girish Shambu. A conversa ocorreu em modo anônimo, via documento compartilhado online, entre 24/03 e 08/04 de 2020. Participaram Calac Nogueira, Fabian Cantieri, Francisco Miguez, Hannah Serrat, Ingá, Julia Noá, Juliano Gomes, Maria Trika, Pablo Gonçalo, Raul Arthuso e Victor Guimarães. A edição do material bruto foi realizada por Calac Nogueira, Ingá, Juliano Gomes e Victor Guimarães. Parte 1 -Binarismos e cisões Parte 2 – O… CONTINUA

Conversa ao redor de uma nova cinefilia| Parte 2 – Os filmes “problemáticos”

Segunda parte da conversa da redação da Cinética a partir do texto “Por uma nova cinefilia”, de Girish Shambu. A conversa ocorreu em modo anônimo, via documento compartilhado online, entre 24/03 e 08/04 de 2020. Participaram Calac Nogueira, Fabian Cantieri, Francisco Miguez, Hannah Serrat, Ingá, Julia Noá, Juliano Gomes, Maria Trika, Pablo Gonçalo, Raul Arthuso e Victor Guimarães. A edição do material bruto foi realizada por Calac Nogueira, Ingá, Juliano Gomes e Victor Guimarães. Parte 1 – Binarismos e cisões Parte 3 – Autorias e políticas… CONTINUA

Conversa ao redor de uma nova cinefilia| Parte 1 – Binarismos e cisões

Primeira de quatro partes da conversa da redação da Cinética a partir do texto “Por uma nova cinefilia”, de Girish Shambu. A conversa ocorreu em modo anônimo, via documento compartilhado online, entre 24/03 e 08/04 de 2020. Participaram Calac Nogueira, Fabian Cantieri, Francisco Miguez, Hannah Serrat, Ingá, Julia Noá, Juliano Gomes, Maria Trika, Pablo Gonçalo, Raul Arthuso e Victor Guimarães. A edição do material bruto foi realizada por Calac Nogueira, Ingá, Juliano Gomes e Victor Guimarães. Parte 2 – Os filmes “problemáticos” Parte 3 –… CONTINUA

“As mulheres são como as águas, crescem quando juntas”

  “Os homens olham para as mulheres, as mulheres olham para elas mesmas sendo olhadas. Os homens sonham com as mulheres, as mulheres sonham com elas mesmas sendo sonhadas.” John Berger começa o segundo episódio, Women in Art, de sua série televisiva Ways of Seeing com essas palavras para dizer da forma com que se dão as imagens das mulheres (vale ressaltar que, principalmente, a imagem da mulher branca, pois essas imagens, além da questão de gênero, também sofrem por um recorte de raça e… CONTINUA

O atravessar do toque

SUPERPINA: Gostoso é Quando a Gente Faz!, de Jean Santos – título, que, aparentemente, faz referência a pornochanchadas brasileiras – é um ficção científica sobre um estranho fenômeno que provoca clarões de luz multicolor no céu de alguns bairros de Recife, como Pina (onde a trama do filme se desenvolve), que desencadeia alguns acontecimentos estranhos como ataques de carrinhos de supermercado. SUPERPINA também nos conta sobre Paula, uma jovem cantora, que passa suas tardes junto de Isaura, uma senhora aposentada, e trabalhando no excêntrico supermercado… CONTINUA

Adiante

A relação entre corpo e linguagem é da natureza do tato. Um corpo tateia no mundo as matérias linguísticas buscando moldar um espaço para si. O mesmo pode acontecer ao contrário: a linguagem, também, toca nossos corpos delimitando, nele, determinadas formas. Essas formas distintas, vez ou outra, acabam por se esbarrar gerando uma fricção entre uma obra que envelhece com enorme rapidez, sem nunca assumir sua validade – a muito expirada –, insistindo em forjar a roupagem do novo (mas, justamente, um conceito de “novo”… CONTINUA

Cinema de reinvenção

“O oposto de coragem, curiosamente, não é o medo, é a covardia. Porque, ainda com medo, a gente anda. Medo é necessário, é atenção. É possível ter medo e coragem morando lado a lado, dentro da gente. Agora, covardia não. Covardia paralisa. Covardia anula. ‘O que o cinema quer da gente é coragem.’, seja coragem para fortalecer o que tiver de ser fortalecido; seja coragem para romper com o que tiver de ser rompido; seja coragem para revirar, virar e, de novo, revirar tudo. mas:… CONTINUA