Adros do Tempo

1. “(…) Foram recorrer aos poderes de Iroko. Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o cuidado de manter as costas voltadas para o tronco. Não ousavam olhar a grande planta, pois, os que olhavam Iroko de frente enlouqueciam e morriam. ” – Itan sobre Iroko. Orixá muito antigo, que é a própria representação da dimensão Tempo. acervo pessoal 10,2. Sabe quando você se depara com algo prisco (que pertence a tempos idos; antigo, velho, prístino.)? Como quando olhamos para uma pedra, uma… CONTINUA

Uma anomalia natural

Depois de um ano e meio, voltei a uma sala de cinema. O motivo da ausência prolongada foi um vírus que assola o mundo e que acarreta – como salvação – o acirramento de algo que o capitalismo contemporâneo já vinha trabalhando intensamente: o isolamento entre as pessoas. Um dos efeitos do vírus da Covid-19 é nos lembrar que estamos “todos conectados”. Não só essa frase está em um filme pregresso de M. Night Shyamalan, como esta situação muito se parece com as situações dramáticas… CONTINUA

Cinética Podcast #2 – Vidro e o cinema de M. Night Shyamalan

No segundo episódio do podcast, o trio Raul Arthuso, Marcelo Miranda e Fábio Andrade discute Vidro, novo filme de M. Night Shyamalan. Um dos cineastas mais incensados na história da Cinética, Shyamalan fez outro grande trabalho que chamou atenção da revista. Sua trajetória desde O Sexto Sentido (1999) é assunto neste programa – inclusive os momentos mais controversos da carreira do diretor indo-americano. Cinética Podcast é um programa disponível em diversas plataformas e agregadores de podcast. Ouça no seu tocador favorito a partir do seguinte link: https://anchor.fm/cinetica-podcast/… CONTINUA

A revolução será televisionada?

O cinema de M. Night Shyamalan é um cinema habitado por mediações. Por mais transparentes e cristalinas sejam suas narrativas – grande herdeiro das regras do classicismo, ele as reconfigura para um viés puramente moderno –, o roteirista e diretor sempre as conduz por elementos exteriores ao seu centro. Desde O Sexto Sentido (1999), não há filme de Shyamalan em que o suposto ponto de partida, na verdade, seja exatamente o cerne do drama, pois pelo caminho surgirá algum elemento de mediação que desviará a… CONTINUA

Heróis e Vilões

Fragmentado vai contra um princípio básico do cinema de M. Night Shyamalan: o equilíbrio. Da concepção básica do seu personagem principal – uma elaboração que preza pela alteridade tanto em sua construção mitológica como em sua dimensão performática – ao próprio desenrolar da narrativa, existe uma constante diversidade de tons que implica da constituição formal a uma variante metafísica daquele mundo. É claro que a variação de gêneros é uma das maiores, e mais bem exploradas, características do diretor. Mas Fragmentado subverte um senso de… CONTINUA