Verão do Soul (ou… Trilhas para o Woodstock Negro)

Para começo de conversa, nos orientamos na escrita desse texto pelo mesmo método de QuestLove: fazer anotações (ou traçar trilhas) motivados pelas sonoridades que realmente nos arrepiaram. Não por acaso, nos deixamos guiar pelos sons, sempre nessa busca incessante de traduzir para o texto a experiência de arrebatamento que tivemos com as músicas e a banda sonora. Portanto, para uma experiência mais completa e cheia de suingue, sugerimos que leiam cada trilha acompanhada da trilha musical correspondente. 1a TRILHA Em 2 de julho de 1960,… CONTINUA

O cine-sample de Lincoln Péricles

A filmografia de Lincoln Péricles nos convida, como espectadores, a refletir se o que chamamos de cinema pode ser, ou não, concebido pela lógica do beatmaking – a criação de batidas musicais – como dinâmica de produção. Essa talvez seja a grande sacada para pensar imagens de um cinema que frequentemente é colocado como inapreensível – quando tentam refletir sobre o modo de produção sem se apegar, essencialmente, aos discursos sobre a luta de classes ou ao que se espera do cinema de quebrada. Nos… CONTINUA

Esculpir a dança do tempo

Atribuir ao corpo a condição primeira de nossas relações com o mundo é uma das portas de entrada para o visionamento do cinema de Welket Bungué, onde o corpo situa-se, simultaneamente, no texto e fora do texto, no esforço de esculpir o tempo pelo movimento corporal. Através de um ritmo próprio – enquanto movimento expressivo de um ciclo temporal, porém, em outro tempo que não o cronológico – de suas criações e dos entremeios que constrói pela multidisciplinaridade, o cineasta lança uma proposição na ausência… CONTINUA