Esculpir a dança do tempo

Atribuir ao corpo a condição primeira de nossas relações com o mundo é uma das portas de entrada para o visionamento do cinema de Welket Bungué, onde o corpo situa-se, simultaneamente, no texto e fora do texto, no esforço de esculpir o tempo pelo movimento corporal. Através de um ritmo próprio – enquanto movimento expressivo de um ciclo temporal, porém, em outro tempo que não o cronológico – de suas criações e dos entremeios que constrói pela multidisciplinaridade, o cineasta lança uma proposição na ausência… CONTINUA

Deslocamento do gesto, insubmissão da forma

Corre quem pode, dança quem aguenta (Welket Bungué, 2020) estrutura sua carne em um relato, sobreposto por imagens aéreas da cidade do Rio de Janeiro e fragmentos do pátio externo de um prédio em Santa Teresa. Aos poucos, a imagem de Welket Bungué surge em tela através de um movimento oscilatório de se desmanchar e se rematerializar em cena, por meio de transições que o inserem em diferentes pontos do quadro. A construção sonora apresenta Auris (voz de Welket Bungué), através de uma entrevista ficcional,… CONTINUA