Mank: o bêbado, o gênio e a cobra de duas cabeças
Se Herman Mankiewicz estivesse vivo, eu o convidaria para tomar um goró. Mesmo que não beba, eu o ouviria, apreciando o ritmo dramático do seu pileque, a captar um pouco dos gracejos da Hollywood antiga. Em Mank (2020), novo filme de David Fincher, o roteirista Mankiewicz é retratado por diversos prismas, mas fica a sensação de um amigo de copo. O protagonista transmite ao menos duas frequentes tendências dos prazeres do álcool: o delírio e a franqueza. O filme de Fincher se fia precisamente nessa… CONTINUA