“As frívolas arrasam!” – Entrevista com o coletivo Surto & Deslumbramento

Em meados de 2012, André Antônio, Chico Lacerda, Fabio Ramalho e Rodrigo Almeida formaram o coletivo Surto & Deslumbramento. Em menos de dez anos, realizaram um longa-metragem, A Seita (André Antônio, 2015), e dirigiram sete curtas, além de assinarem outros sete trabalhos colaborativos. Um historiador do futuro talvez encontre nos filmes do coletivo, realizados fora do mercado de distribuição e com uma presença discreta nos grandes festivais do país, uma das formulações mais conscientes e vigorosas de uma sensibilidade maneirista e paródica que tornou-se com… CONTINUA

O ar entre campos: as invenções do cinema de entrevista na última década

Por onde andou o cinema de entrevista brasileiro na última década? O que aconteceu depois da morte de Eduardo Coutinho em 2014? O que se deu depois que ele, que subiu um edifício dedicado a esse cinema, decidiu dinamitá-lo, em partes, nas vigas e colunas que o deixavam de pé, sobrando afinal as paredes esburacadas e bambas, bem ao seu gosto pelo imperfeito, o impuro, o momentâneo, o passageiro? A partir de Santo Forte (1999), Coutinho se dedicou a filmes estruturados pela sequência de personagens falando para… CONTINUA

“Os bárbaros invadiram os castelos” – Entrevista com Valter Filé – Parte dois

Continuando a entrevista com Valter Filé, aqui Bernardo Oliveira puxa assuntos relacionados ao trabalho fundamental de Filé com a memória do samba carioca, especialmente no projeto Puxando Conversa. Além disso, o papo trafega por sua relação com a universidade e por sua relação com o Eduardo Coutinho, ressaltando como o trabalho com Coutinho foi crucial para as práticas e reflexões de Valter Filé. (Juliano Gomes) * Bernardo Oliveira: Gostaria que você falasse sobre o Puxando Conversa, a partir da complexidade do registro. Registrar não é somente… CONTINUA

“Revitalizar a coletividade interrompida” – Entrevista com Valter Filé – Parte um

Em julho de 2020, Bernardo Oliveira conversou remotamente com Valter Filé, principalmente sobre sua experiência transgressora em TVs comunitárias como a TV Maxambomba e a TV Pinel. A experiência de Filé aqui descrita, entre ótimos causos e reflexões agudas, afirma um interesse da Cinética em explorar cada vez mais a fundo as zonas limítrofes das relações entre imagem e comunidade, entre pedagogia e cinema, entre ética e realização, e assim por diante. Esta é a primeira parte da conversa, que narra os primórdios de seu… CONTINUA

“A diferença na forma é um termômetro da luta” – Entrevista com militantes do canal Treta no Trampo

Os entregadores de aplicativo começam a dar corpo a uma figura política coletiva frente às novas formas de trabalho, ao patrão na “nuvem”, à corrosão do que conhecemos como emprego e direitos trabalhistas. Aqui na revista lançamos uma série de textos que interrogam as imagens produzidas no contexto: o melodrama dos aplicativos, o diálogo com o cinema militante histórico, a inventividade e o desvio de finalidade na produção múltipla e heterogênea dos vídeos pelos trabalhadores no corre do dia a dia. Fechando a série #visõesdatreta,… CONTINUA

“Arte adensa a dúvida” – Entrevista com Gabriel Mascaro

A obra de Gabriel Mascaro é um dos raros casos entre cineastas brasileiros à qual a redação da Cinética devotou, em sua história, um estudo contínuo e sistemático, que pode ser rastreado nas diferentes fases da revista. Seus filmes foram vistos entre nós ora com admiração, ora com reserva, ora com profundo distanciamento crítico, mas raramente com indiferença. Talvez porque os filmes de Mascaro, além de provocadores e inquietantes a cada vez (a ponto de motivarem a escrita de três textos críticos sobre a mesma… CONTINUA

Renascença – uma conversa com Pierre Léon

“Esse é meu primeiro prêmio”, disse um risonho Pierre Léon ao receber um troféu em sua homenagem na sessão de abertura da 11ª Mostra CineBH, em agosto de 2017. Com o bom humor que lhe é peculiar, o realizador nos fazia pensar em sua trajetória até aqui: sem alarde, quase na surdina, bem longe dos holofotes dos grandes festivais e dos contratos de distribuição, Léon construiu uma das filmografias mais singulares do cinema contemporâneo. Seu método e sua poética se tocam: filmando a cada verão,… CONTINUA

Dar a ver: entrevista com Adriano Aprà

Adriano Aprà é uma figura polivalente, que atua desde o final da década de 1950 em diversas das esferas cinematográficas. Foi um dos mais renomados críticos italianos da geração posterior à neorrealista, sendo um dos nomes mais participativos das transformações que ocorreram no cinema de seu país na segunda metade do século XX; teve uma atuação acadêmica exemplar e foi editor de uma quantidade ímpar de coletâneas e publicações refletindo sobre a arte cinematográfica; foi curador do Festival de Pesaro por dez anos, onde consagrou… CONTINUA