O deboche contido de uma alma piedosa

Eu, Empresa (2021) é o filme do fracasso da autogestão. Inscrito no universo autocentrado criado por Curvelo a partir da figura de Joder, seu personagem que encarna a figura do derrotado, o filme realiza a fusão da persona com seu criador. Como se víssemos o backstage da produção de Joder, somos apresentados a um Marcus debilitado em relação à vida. O filme tem como horizonte a construção cínica da falência múltipla da vida do protagonista-diretor, mas esta recrudesce, contida, ao não se devotar completamente ao… CONTINUA

Mostra Foco #1 : Mirar horizontes, tropeçar em desabamentos de terra

Se ano passado o mote da Mostra de Tiradentes era “a imaginação como potência”, este ano parece que batemos na imaginação em revés. Não deu pé, a imaginação não deu conta, 2020 foi inimaginável. Tinha na formulação curatorial algo como: “a distopia como imaginário é um beco sem saída, precisamos de elaborações que escapem do achatamento de horizonte que vem se instalando ano a ano”. A intensidade de 2019 parecia a saturação máxima do assédio mental e material coletivo, mas não subestimemos a inventividade, estética… CONTINUA