Traumas e perturbações: o fantasma do Pai

Não são poucos os filmes ao longo da nossa história, principalmente a das duas últimas décadas, que trilharam a necessidade de um órfão acertar as contas com o pai, seja esta figura paterna uma autoritária, fortemente presente, ou uma fantasmática, que impõe sua presença pela ausência. A figura cinematográfica do pai é frequentemente a que nos indica um norte ou uma orientação – que nos insere numa tradição de alguma natureza – e a imagem do órfão é também frequentemente a do abandonado pela história,… CONTINUA

Escrevendo uma história

Praticamente desde que o cinema existe, um dos mais comuns usos que a ficção através desse meio tem construído é o de reencenar fatos da História, mais ou menos célebres, com os mais variados objetivos – da mitificação hagiográfica à contestação das versões oficiais e reescrita de uma narrativa. Alguns cineastas são mais afeitos a esse movimento do que outros, e Cannes esse ano mostrou os novos filmes de dois daqueles que, entre os cineastas contemporâneos, mais têm suas obras marcadas por esse movimento. No… CONTINUA

Um certo olhar (no feminino)

Este ano o Festival de Cannes, como forma de celebrar os seus 70 anos, fez uma adição à sua mais que tradicional vinheta de abertura, na qual degraus saem do fundo do mar até o céu, e chegam na logomarca tradicional da Palma. Em cada degrau, foram adicionados nomes de cineastas importantes na história do Festival, de muitas nacionalidades e épocas. E, no entanto, por mais que o termo em português não tenha gênero, um chocante dado fez-se perceptível nas duas primeiras edições da vinheta… CONTINUA