Cinemáquina de guerra de Spike Lee

Black is black Preto no preto. A certa altura de Destacamento Blood, Paul (Delroy Lindo) e David (Jonathan Majors), pai e filho, estão alarmados. É noite escura e, na mata vietnamita, “todos os gatos são pardos”, como diria o código da urbanidade. A imagem da pele preta sobre o fundo preto é, na lente de Spike Lee, uma espécie de signo de intransigência, uma não concessão. Um pouco como uma rebatida ao blackface – a pele branca tornada preta na superfície, violência no contraste, como… CONTINUA

Escrevendo uma história

Praticamente desde que o cinema existe, um dos mais comuns usos que a ficção através desse meio tem construído é o de reencenar fatos da História, mais ou menos célebres, com os mais variados objetivos – da mitificação hagiográfica à contestação das versões oficiais e reescrita de uma narrativa. Alguns cineastas são mais afeitos a esse movimento do que outros, e Cannes esse ano mostrou os novos filmes de dois daqueles que, entre os cineastas contemporâneos, mais têm suas obras marcadas por esse movimento. No… CONTINUA