Escrevendo uma história

Praticamente desde que o cinema existe, um dos mais comuns usos que a ficção através desse meio tem construído é o de reencenar fatos da História, mais ou menos célebres, com os mais variados objetivos – da mitificação hagiográfica à contestação das versões oficiais e reescrita de uma narrativa. Alguns cineastas são mais afeitos a esse movimento do que outros, e Cannes esse ano mostrou os novos filmes de dois daqueles que, entre os cineastas contemporâneos, mais têm suas obras marcadas por esse movimento. No… CONTINUA

Da ficção pragmática à fantástica realidade

Por detrás da muito discutida falsa dicotomia entre a ficção e o documentário, ou mesmo da igualmente super explorada questão dos chamados “filmes híbridos”, uma das perguntas que parece vir menos à tona – embora talvez seja a que mais falta faça na origem de muitos projetos – é a que questiona acerca dos porquês de fazer ficção ou fabular em torno da realidade, nos dias de hoje. Embora possa parecer algo óbvio à primeira vista, a verdade é que em muitos filmes o desejo… CONTINUA

Repetir ou não repetir: essa não é a questão

Principalmente na obra mais tardia de ambos, há algo de muito curioso que aproxima as trajetórias de Abbas Kiarostami e Eduardo Coutinho. Não se trata apenas do fato de que repetição não parecia ser uma possibilidade para eles: chama a atenção a maneira como os filmes iam reagindo uns aos outros, levando a desenvolvimentos e questionamentos internos onde cada resposta claramente levava a mais uma pergunta. Até por isso, nos cria uma perspectiva fascinante poder assistir 24 Frames, com a triste condição de finalidade que… CONTINUA