Imaginar o concreto

Não faz muitos anos que o crítico argentino Roger Koza definiu a Mostra Tiradentes como um “oásis de liberdade”. Talvez eu tenha pegado a conversa pela metade, mas não duvido que o mesmo Koza diria algo semelhante – em maior ou menor medida – sobre outros festivais brasileiros que também privilegiam obras formalmente arrojadas e não raro com conteúdos políticos explícitos. O que talvez pormenorize a opinião de Koza é o recente definhamento dos demais festivais que serviam de “oásis” aos realizadores brasileiros, especialmente os… CONTINUA

Retenção do resgate

Pão e Gente propõe um jogo de forças muito particular entre as dinâmicas vividas por um grupo de teatro ao reencenar as relações de trabalho cotidianas numa vila paulista e a maneira em que essa reencenação teatral se desdobrará em matéria de cinema. Os espaços de uma padaria, uma banca de jornal e um beco sem saída serão explorados pelos atores na interpretação de textos brechtianos, através da desnaturalização dos vetores capitalistas na lógica de funcionamento desses espaços, sob a ótica do trabalhador que nada… CONTINUA

“E a tempestade que faz dobrar os dorsos dos operários nas ruas?”

Ficcionalização – “Qual é a primeira pergunta para abrir um negócio?”, pergunta uma professora do Sebrae. – “O que a gente gosta de fazer?”, responde uma aluna. – “Não, isso é um erro, um equívoco natural. Todo mundo gostaria de fazer o que gosta. (…) O que você precisa se perguntar é: o que o mercado precisa?”, direciona a professora. Esse diálogo poderia naturalmente existir na vida real, em qualquer palestra sobre marketing, empreendedorismo ou novos negócios. Apesar de crível, esse mesmo diálogo, em uma… CONTINUA