A noite iniciática

“Ô Frâiche nuit, nuit transparente, Mistère sans obscurité; la vie est noire et dévorante; ô frâiche nuit/ nuit transparente, donne-moi ta placidité/ (…) mon coeur bouillonne comme une urne; ô sainte Nuit, nuit taciturne, fais le silence dans mon coeur” Lieder de César Franck, letra de Louis de Fourcauld “The process of delving into the black abyss is to me the keenest form of fascination” Howard Phillips Lovecraft, The Nameless City O primeiro plano de A Noite Amarela é um close de uma menina que… CONTINUA

A política para além do quadro: cinema brasileiro em tempos de incerteza

Não é fácil realizar um festival de cinema num cenário tão turbulento quanto o do Brasil hoje, ainda mais quando o financiamento para cultura (incluindo de forma bem direita os festivais) está sob questão. Era difícil não pensar nisso cada vez que passávamos pela entrada dos cinemas e víamos com destaque nos cartazes “o Ministério da Cidadania, Governo do Paraná e Copel apresentam…”. A simples mudança do ministério responsável, um lembrete bem direto sobre o momento presente. O perfil do Olhar de Cinema nessa oitava… CONTINUA

O despertar dos vivos

A primeira imagem de choque em O Nó do Diabo é a cabeça de um homem negro explodindo com um tiro de escopeta. O atirador é um homem branco. Logo em seguida, o mesmo matador acerta uma jovem negra pelas costas. Estamos apenas com alguns minutos e o filme já nos lança no turbilhão de assistir àqueles corpos abatidos sob o jugo implacável de um jagunço moderno. A que (e a quem?) valem aquelas imagens num filme brasileiro hoje? Da cultura de um país que… CONTINUA