A que risco?

Nesses primeiros dias de festival um tema (que deve voltar mais vezes ao longo do evento) tem ocupado nossa atenção: os riscos muito reais de se fazer cinema/arte num mundo onde tanto ainda parece frágil. Há, por exemplo, em competição no festival ao menos dois filmes cujos realizadores encontram-se em situação de prisão domiciliar (caso de Jafar Panahi e do russo Kirill Serebrennikov). As implicações de como criar e lidar com a censura (e a autocensura) são questões que parecem cada vez mais presentes –… CONTINUA

Mecânica e pulsação

A silhueta de um mistério No ano passado, Kaili Blues (Lu bian ye can), longa de estreia do jovem diretor chinês Bi Gan, se impôs como uma das mais alardeadas novidades cinematográficas do circuito de festivais. Vencedor do prêmio de melhor direção da seção Cineasti del Presente em Locarno, o filme arrebanhou adjetivos generosos de revistas como Cahiers du Cinéma, Cinema Scope e Film Comment, e foi aclamado pelo crítico J. Hobberman – não exatamente um acadêmico subserviente aos ideais da alta cultura – como… CONTINUA