A lógica da linha

Sob o desejo por um encantamento ensejado na artificiosa surpresa de nada saber de antemão – possível sobrevivente de um culto do mistério excitado e desviado de uma “vertente mística” do cinema –, ainda existem aqueles que escolhem não buscar ou estar abertos a qualquer informação prévia de um dado filme? Decerto que existem, e mais seguro ainda será a probabilidade de que este História de um Casamento, o mais recente Baumbach, surja-lhes como um desafio. Porque se para aqueles que chegarem à obra sabendo… CONTINUA

Palavras, palavras, palavras…

Em geral, os gestos mais facilmente reconhecidos como essencialmente cinematográficos envolvem grandes afirmações em termos de uso do aparato cinematográfico, tecnicamente falando: aquele filme feito em um único virtuoso plano sequência; aquela montagem elíptica radical; aquele plano que capta uma enorme paisagem; aquele movimento “nunca visto” da câmera. A ideia fácil de uma essencialidade cinematográfica se manifestaria em todo tipo de “originalidade” (atenção às aspas, por favor!) que imediatamente recebe o grito reconhecível da plateia: “isso sim é cinema!” (inclusive, algo que ouvimos bastante sobre… CONTINUA