O amor no instante

Neste mais recente O Sal das Lágrimas – e isto se mantivermos em mente a polissêmica constância de um diretor para quem a análise mais superficial acabaria por elencar pelo menos trinta filmes dedicados aos encontros amorosos desde meados dos anos sessenta – quando Geneviève, personagem de uma das três amantes principais de um certo Luc, diz-lhe que a separação “só parcial” deles, ainda que motivada pelo ingresso deste numa academia de altos estudos de marcenaria, findaria por separá-los de vez, ela não toma para… CONTINUA

Palavras, palavras, palavras…

Em geral, os gestos mais facilmente reconhecidos como essencialmente cinematográficos envolvem grandes afirmações em termos de uso do aparato cinematográfico, tecnicamente falando: aquele filme feito em um único virtuoso plano sequência; aquela montagem elíptica radical; aquele plano que capta uma enorme paisagem; aquele movimento “nunca visto” da câmera. A ideia fácil de uma essencialidade cinematográfica se manifestaria em todo tipo de “originalidade” (atenção às aspas, por favor!) que imediatamente recebe o grito reconhecível da plateia: “isso sim é cinema!” (inclusive, algo que ouvimos bastante sobre… CONTINUA