Mojica, cronista atemporal da brutalidade

No dia 18 de fevereiro de 2020, a convite do projeto “Cinema Falado” em Belo Horizonte, fiz uma breve apresentação pós-sessão de À Meia-Noite Levarei Sua Alma a uma plateia no MIS Cine Santa Tereza. Na conclusão da minha fala, exaltei o fato de podermos celebrar a obra de José Mojica Marins com o realizador vivo entre nós, ainda que doente e fragilizado. Menos de 24 horas depois, chegava a notícia de que José Mojica Marins tinha morrido, aos 83 anos, em São Paulo. Não… CONTINUA

Filme ruim, a poesia de um mundo

Perversão (1978) – produzido, roteirizado, dirigido e estrelado por José Mojica Marins – é um filme ruim. Nada contra. O cinema brasileiro não é para fracos e, dos filmes ruins, podemos extrair a poesia de um mundo. Além disso, o Mojica setentista, em retrospectiva, parece cada vez mais interessante. Apresentado ao público em janeiro de 79, Perversão recria o tema da revanche feminina, clássico da década e que, no Brasil, gerou amplo imaginário – ainda que fragmentado, disperso. Vivíamos de comunicações precárias e governados por… CONTINUA