Da cosmética da fome à gentrificação da violência
Quando Ivana Bentes escreveu no Jornal do Brasil, em 2001, seu célebre texto sobre a “cosmética da fome”, certo cinema brasileiro de forte apelo comercial buscava explorar, sob novas vestes, territórios à margem da urbanidade burguesa – nomeadamente, os sertões e as favelas – que foram paradigmáticos na constituição da identidade do Cinema Novo. Segundo a autora, ao retomar alguns dos temas tratados no célebre manifesto “Eztetyka da fome” (1965), de Glauber Rocha, alguns filmes de meados dos anos 1990 e do início da década… CONTINUA