Ensaio enquanto filme, traição enquanto método

Como nos filmes que aqui serão comentados, esse texto se fará assumindo o gesto de costura de diferentes retalhos e derivando pelas pistas que as coincidências abrem. Partimos de um dos últimos filmes de Eduardo Coutinho, Moscou (2008) para pensarmos a relação entre ensaio e cinema, chamando atenção menos ao ensaio enquanto gênero do que justamente enquanto processo de criação. O inacabamento primordial de Moscou nos parece uma base para analisarmos alguns pormenores que constituem, por exemplo, o longa Esse amor que nos consome, de… CONTINUA

As pulsões do cinema de Philippe Grandrieux

1 Desde que defini-lo como cineasta passou a ser mais adequado que artista plástico, realizando obras destinadas à exibição em salas de cinema e não museus, Philippe Grandrieux se tornou rapidamente uma das principais referências do cinema contemporâneo mundial ao conquistar prêmios importantes em festivais como Locarno e Veneza. O francês despontou ainda na videoarte, trafegando entre inúmeros trabalhos para TV, museus, performances, curtas experimentais e documentários, antes de finalmente realizar os quatro longas – Sombras (1998), A Vida Nova (2002), Um Lago (2008) e… CONTINUA