… ma non troppo

O Banquete começa com um close up de uma planta carnívora comendo uma mosca em uma sala de jantar. A imagem difere ligeiramente do tipo de registro que pautará o restante do longa-metragem, porque se quer metafórica e premonitória, pronta a ecoar nos momentos seguintes do filme: o jantar é uma armadilha. Logo descobriremos o setup – uma mesa com oito lugares vazios frente a um enorme espelho, que servirá para, no reflexo, emoldurar e retirar de quadro sequencialmente as figuras que o adentram –… CONTINUA

A fita branca

As mãos que escrevem este texto estão contaminadas por uma angústia que um filme como Vazante suscita. Se o filme escolhe falar de um episódio de 1821, sobre a terra encharcada de sangue da Minas Gerais colonial, esse sangue reversamente bombeia, como que por vontade própria, através dessas mãos que também não lhe pertencem, mas que aqui encontram morada, ou melhor: escoamento. Nessa torrente pontual, pedem passagem também conversas de corredor, memórias de um debate, e um contraste que me provocou uma imprevisível surpresa aos… CONTINUA