Permear dissonâncias, resistir aos deslumbres

Restaurar possibilidades de interlocução, cuidar das ausências, reelaborar o luto – a força desses gestos constitui Los Silencios, de Beatriz Seigner, um filme que, não à toa, se compõe não apenas em uma zona indefinida de fronteiras, mas também sobre o fluxo inquieto dos rios. Ao abordar uma guerra, em que os homens geralmente ocupam o fronte, importa que o filme se dedique, sobretudo, às mulheres e às crianças, a sua capacidade de resistência e reinvenção. Essa sensibilidade voltada àquelas que encontram refúgios, abrigos e… CONTINUA

Anotações de Brasília #2 : “Da morte, renascemos”

“Mudos também os mortos pronunciam as palavras que nós, os vivos, dizemos”. Octavio Paz, sempre soube que entre nossas estórias e conversas estão em movimento concomitante às de nossos antepassados. Nos vamos mas deixamos a palavra, “filha da morte”, “coisa humana”, e com ela, uma vida em meio ao tempo. Los Silencios é, nesse sentido, um filme octaviano, instituindo uma vida mortuária entre uma comunidade numa tríplice fronteira de lugar nenhum. Este lugar real – a Isla de la Fantasia, que fica na cidade de… CONTINUA