Por uma fantasmagoria negra experimental

No atual ambiente de ações remotas dos festivais no Brasil, algo tem se repetido: amigos e amigas me falando pra ver A Morte Branca do Feiticeiro Negro, curta de Rodrigo Ribeiro. No segundo ou terceiro evento onde ele estava programado, consegui. A impressão é de que estamos diante de um grande filme que não barateia um dos nossos temas mais fundamentais e difíceis de abordar: “o rastro escravista brasileiro”, segundo Ribeiro. Um incomum filme de arquivo, como uma flecha de perturbação lenta, com uma ensaística… CONTINUA

Morte certa, vida impossível

A Morte Branca do Feiticeiro Negro é um filme de artifícios simples. Imagens de arquivo, vídeos digitais, música e carta. A carta, entretanto, jamais vira narração. Não é lida e nem performada, despida de corpo. Entre incompletudes e fotogramas que “flicam”, paira, muda, uma carta de suicídio. A carta de suicídio de Timóteo é o único vestígio de sua vida, afirmando-se apenas quando não mais existe. Como, então, dar uma voz fictícia a um corpo que em vida nunca teve direito de existir? Rodrigo Ribeiro… CONTINUA