Um cinema da culpa?

Felipe André: É notável como se instaurou uma espécie de “cinema da culpa” nos círculos da produção cinematográfica mundo afora durante os últimos dez, talvez cinco anos. Criadores que não necessariamente teriam interesse em determinados assuntos ou pautas encontraram na possibilidade de falar sobre ou “oferecer voz” a corpos dissidentes um bom combo de autopromoção e mea-culpa. Para Onde Voam as Feiticeiras é um exemplo cabal: duas realizadoras brancas e um realizador branco reúnem um grupo heterogêneo de artistas e militantes para criar um happening… CONTINUA

Como ocupar uma abstração?

Filmes e documentários de, sobre e com ocupações são motes recorrentes no cinema brasileiro contemporâneo. Desde À Margem do Concreto (2006), de Evaldo Mocarzel, até obras mais atuais, como o curta O Teto sobre Nós (2015), de Bruno Carboni, costuma-se acompanhar o dia-a- dia e as motivações dos movimentos sociais que reivindicam moradia nas metrópoles derruídas pela especulação imobiliária. São filmes que revelam às câmeras um lado oculto, obscuro, desconhecido e alinham-se diretamente a uma causa, um tanto ideal, um tanto pragmática, ou mesmo emergencial,… CONTINUA