As mãos do prisioneiro

É preciso aguardar até às últimas imagens de Os Bons Tempos Chegarão em Breve, de Alessandro Comodin, para se deparar com a evidência concreta de sua declarada homenagem à iconografia bressoniana: a mão do prisioneiro que segura na grade de sua cela. A influência anunciava-se de forma subreptícia aqui e acolá, mas com esta imagem final o mesmo gesto dotado de expressividade metafísica em O Batedor de Carteiras (1959) passa a ser uma menção mais frontal e evidente, um diálogo com uma determinada tradição cinematográfica… CONTINUA