por Pablo Gonçalo Palíndromos não são apenas jogos de simetria entre letras, símbolos e palavras. São também movimentos genuinamente visuais que habitam os instantes da luz: os raios que vão e vêm, as ondas que tocam, dispersam e refratam o contato com a matéria. Esse enigma reside na origem etimológica dos vocábulos gregos, nos quais ...read more...
Uma certa poética da perversidade por Pablo Gonçalo No mosaico de distintas combinações que é Nova Dubai, há uma curta sequência de entrevista que chama a atenção de maneira especial. “Pai” está sem camisa: é mais velho, possui cabelos grisalhos, longos, e fala com um sotaque de imigrante latino-americano. Ao ...read more...
O umbigo de Hollywood por Pablo Gonçalo Como em seus outros filmes, em Maps to the Stars David Cronenberg mostra um veludo de normalidade, de um cotidiano comum, quase banal, para flagrar o estranho, o perverso, o absurdo e uma esfera do proibido ou do interdito. Todo o retrato realista acessa uma bizarra camada, sobrenatural, como se entre ...read more...
* Cobertura do Festival de Cannes 2014 O réquiem de uma galáxia por Pablo Gonçalo Há, desde os anos 1970, uma enorme expectativa da cinefilia mundial em torno de um “último filme” de Jean-Luc Godard. É como se, no contato com a obra lançada, o próprio cinema – enquanto arte, política e linguagem – estivesse em ...read more...
A pele da morte, ou a textura da transcendência por Pablo Gonçalo São poucos os diretores que filmam o vento com maestria. Lembro das folhas esvoaçantes de Béla Tarr; do sopro que crepita entre as folhagens campestres, na água, e nas velas conduzidas pelos personagens de Tarkovski; no vento sonoro e material de Straub-Huillet; nas ...read more...
* Cobertura do Festival de Cannes 2014 Rastros que as paisagens desmancham Por Pablo Gonçalo Um quadro com uma janela mais estreita – este é o primeiro elemento que chama a atenção no filme que Lisandro Alonso apresentou na seção Un Certain Regard, em Cannes. Logo no primeiro plano vê-se um pai, o capitão Gunnar Dineses ...read more...
Um dândi efêmero por Pablo Gonçalo Estamos em 1976: a primeira sequência de Saint Laurent mostra o estilista de costas, um tanto distante, chegando num hotel. O atendente aborda-o; Yves apresenta-se: “Sou Monsieur Swan e tenho um quarto reservado”. Prestativo, o funcionário pergunta: “Veio a negócios?”. “Não, vim para dormir”. Surgem os letreiros, as músicas, ...read more...
O entre-campo do olhar por Pablo Gonçalo Em National Gallery, como de costume, a câmera de Frederick Wiseman permanece lacônica. Quase não grifa, salienta muito pouco e quer captar algo que está ali, dentro do plano, mas que não é evidente. Afinado com as pinturas da célebre galeria, em Londres, esse algo demanda um tempo ...read more...
Nós, as negras por Pablo Gonçalo De fato, é ocasional, ou mesmo raro, vermos personagens negras no cinema francês, seja o mais recente, seja o moderno. Este é o primeiro elemento que chama a atenção quando nos deparamos com Bande de Filles: mulheres negras e francesas, que não meramente cumprem o papel de imigrantes recém-chegadas ...read more...
O crepúsculo e o sfumato por Pablo Gonçalo Há, entre o cinema e a pintura, muitas relações e diálogos possíveis, não apenas por ambas serem artes visuais ou por acontecerem nas telas, mas porque interagem com tradições similares, próximas e, se quisermos, contínuas. Godard, por exemplo, chamava os irmãos Lumière de os últimos impressionistas e ...read more...
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