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Notas e dicas da programação do Festival do Rio

Dia 04/10, Quinta - dicas
por Eduardo Valente
Último dia de Festival... (sem contar repescagem, claro) Tudo que havia a ser comentado ou recomendado já o foi. Então, sejamos bem sucintos:

- Os filmes imperdíveis: I'm not There (Ipanema 2, 17h30 e 22h15) e Jogo de Cena (Leblon 1, 14h e 19h)
- Apostas certeiras/belos filmes: Em Paris (Estação 1, 14h e 20h), Papel Não Embrulha Brasas (Estacão 3, 14h45 e 21h30), California Dreamin' (Barra Point 1, 16h e 21h)
- Vale ver, mas passam na repescagem: Casamento de Tuya (Espaço 1, 16h45 e 21h15), A Cada um Seu Cinema (Espaço 1, 14h30 e 19h), As Rosas do Deserto (Barra point 2, 21h15)
- Sessões "secretas" (fora da programação): Lust, Caution (Palácio 1, 13h); Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (Palácio 1, 16h), El Otro (Barra Point 2, 14h30)
- Curiosidades finais: PVC-1 (Espaço 2, 12h30 e 19h15), Paprika (Espaço 2, 14h45 e 21h30), Dr. Plonk (Palácio 2, 14h e 19h)
Sessão especialmente programada se você quiser terminar o Festival como nós (e depois tomar um chope, por que não?):
Go Go Tales (Espaço 1, 23h30)

Dia 03/10, Quarta - dicas
por Eduardo Valente
Mais um dia de domínio absoluto da Cinelândia, o que é muito condizente com o nome, afinal de contas! Se o destaque mais claro e imediato estará no Odeon, onde o leitor pode ver as primeiras sessões cariocas de Jogo de Cena (12h e 19h15), o novo filme de Eduardo Coutinho, que saiu ovacionadíssimo de sua estréia em Gramado, há um outro destaque um pouco mais secreto - porque faz parte destas sessões que foram sendo marcadas ao longo do Festival, e que não constaram das programações divulgadas antecipadamente em que a maioria se baseia para se programar. Trata-se, nada mais nada menos, do novo filme de Jacques Rivette, Não Toque no Machado (Palácio 1, 15h30), igualmente saudado por onde passou até agora. Atenção, porém: embora esta fosse a única sessão programada do filme, ele foi anunciado hoje como uma das atrações da semana de "repescagem" do Festival... mas para que deixar para domingo o que pode fazer na quarta?

Difícil competir com Coutinho e Rivette, e até por isso mesmo, o resto da programação de quarta empalidece um pouco na comparação. Mas há destaques de interesse como as primeiras sessões, todas no Espaço de Cinema, do ganhador do prêmio de Melhor Direção em Cannes, O Escafandro e a Borboleta (sala 2, 14h30 e 21h15); do novo filme do japonês Hirozaku Kore-eda (diretor de alguns belos filmes), Hana (sala 1,14h15 e 19h15); e do vencedor do prêmio principal da Un Certain Regard 2007 - também conhecido como o "outro filme romeno" - California Dreamin' (sala 3, 15h15 e 23h30). Já em Ipanema, outras três estréias de interesse: o forte Papel Não Embrulha Brasas, de Rithy Pahn (sala 1, 15h30 e 19h45); o ganhador do Urso de Ouro em Berlim, O Casamento de Tuya (sala 2, 15h45 e 20h30); e o sempre polêmico Michael Moore, com o seu SOS Saúde (sala 2, 13h15 e 18h).

Entre as despedias, é hora de dizer "até logo" a O Sol, de Sokurov (São Luiz 3, 16h30 e 21h30) e Lady Chatterley, de Pascale Ferran (Ipanema 2, 22h30) - filmes com estréias em circuito previstas, mas ainda não programadas (ou seja, o até logo pode ser beeem longo - melhor vê-los logo!). Já um que nos diria adeus nesta quarta (Cristóvão Colombo - O Enigma, de Manoel de Oliveira, que passa no Cine Glória às 17h e 21h30 e teve aqui não um, mas dois textos) acaba sendo a mais curta das despedidas, porque também foi programado para a repescagem - e no Odeon!! Talvez valha a pena deixar para lá, no telão grande...

Fora isso, ficam as possíveis idas no escuro, onde as maiores curiosidades ficam pelo segundo filme exibido no Festival a ser realizado num plano-sequência único (o outro sendo o brasileiro Ainda Orangotangos), o colombiano PVC-1 (Laura Alvim, 16h e 22h), que passou na Quinzena dos Realizadores em Cannes; e o espanhol Eu (Espaço de Cinema 2, 12h30 e 19h), que apesar da fraca imagem recente deste cinema, ganhou prêmio dos críticos no interessante Festival de Roterdã.

Dia 02/10, Terça - dicas
por Eduardo Valente
Depois de alguns dias cheios de superlativos, a terça do Festival talvez seja um de seus dias mais medianos - o que serve somente de aperitivo para os dois dias finais, cheios de opções. Não por acaso a grande pedida do dia acaba sendo mesmo uma dobradinha entre um clássico e uma sessão que nem estava na programação original: primeiro, o leitor pode ver a cópia novinha do Tabu, de F.W. Murnau, no telão do Odeon (21h30); depois, assiste a primeira sessão nacional de Lust, Caution, de Ang Lee (Odeon, 0h), recém-vencedor do Leão de Ouro em Veneza que repete a estréia de Brokeback Mountain no Brasil, também numa sessão de meia-noite do Festival do Rio.

Para complementar o Leão de Ouro, o leitor pode resolver assistir também a Palma de Ouro, com as últimas exibições de 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (Estação 1, 12h e 18h), filme que conseguiu lotar o Palácio 1 nesta segunda de noite, mas que, para quem não conseguir entrar, fica o consolo de que está passando com legendas em português na cópia e estréia garantidíssima - mesma situação do grandioso Lady Chatterley, que passa lá pelas bandas da Barra (Barra Point 2, 18h45).

Para além disso, o leitor tem para escolher ou filmes considerados medianos, mesmo com autores interessantes - casos de Armênia, de Robert Guediguian (Espaço 2, 14h30 e 21h15) ou Smiley Face, de Gregg Araki (Estação 1, 14h e 20h); ou grandes produções com algum interesse mas estréia próxima asseguradíssima - casos de Desejo e Reparação (Espaço 1, 14h15 e 19h) ou Sombras de Goya, de Milos Forman (São Luiz 3, 14 e 19h); ou arriscar-se num salto no vazio com filmes cuja descrição bizarra tanto pode esconder uma pequena pérola ou uma bomba de proporções razoáveis - casos de Dr. Plonk, de Rolf de Heer (Espaço de Cinema 1, 23h30) ou A Antena (Laura Alvim 1, 16h15 e 20h15).

Dia 01/10, Segunda - dicas
por Eduardo Valente
Gostaria muito de poder ser bem criativo e citar como grande dica para esta segunda algum filme absolutamente desconhecido ou ainda não citado nesta cobertura. Mas, quer saber? Olhando a programação toda da segunda, não restam dúvidas: a única obrigação do cinéfilo é mesmo com o filme-enigma de Todd Haynes, I'm Not There (Estação 1, 15h30 e 21h30).

Para além de Haynes, porém, o dia é mesmo do Odeon. Primeiro, temos sessão dupla à tarde com as estréias mundiais de dois primeiros filmes brasileiros, o que é sempre de interesse: Corpo, de Rubens Rewald e Rossana Foglia (Odeon, 12h, mas também no Palácio, 19h) e Meu Nome é Dindi, de Bruno Safadi (Odeon, 14h15 e 21h30). Depois, o cinéfilo autorista pode ter uma verdadeira indigestão de grandes diretores com a sessão de A Cada Um Seu Cinema (19h15), o filme comemorativo dos 60 anos do Festival de Cannes, que traz curtas de 35 dos maiores cineastas contemporâneos, entre os quais Cronenberg, Van Sant, Suleiman, Takeshi, os Dardenne, os Coen, Polanski, Manoel de Oliveira, etc... Mas o dia no Odeon só termina mesmo na madrugada de terça, pois às 0h tem a primeira sessão do novo filme de Sidney Lumet, Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto - em sessão que, atenção para quem está usando programações feitas antes do Festival: só foi marcada no meio da primeira semana!

Falando no bom velhinho português, porém, a segunda tem uma dica para quem sempre quis ter o prazer de ver um filme dele passando num cinema absolutamente comercial do circuito carioca: pois amanhã, no São Luiz 3 - uma bela sala aliás - podemos ver Sempre Bela (14h e 19h). Já no Ipanema, uma sessão dupla poderosa pode ser montada (se ainda houver ingressos, claro), pelo novo Monicelli, Rosas do Deserto (15h15 e 19h45) e por Paranoid Park, de Gus Van Sant (17h30 e 22h). E dois outros autores que não estão com filmes no Festival (nem mesmo no longa de curtas de Cannes) podem ser vistos no seu processo de trabalho e vida, na dobradinha que fazem Jia Zhang Vai Para Casa, sobre o chinês Jia Zhang-ke (15h30 e 19h); e O Mundo Imundo de John Waters (13h45), ambos no Cine Glória.

Finalmente, para os que gostam de ver um filme menos "esperado" ou dos grandes autores, e de correr atrás de pequenas pepitas no Festival, atenção a duas sessões off-circuito principal do Festival: na Barra passa pela última vez Antes que Eu Me Esqueça, forte filme de Jacques Nolot (Barra Point 2, 16h45); enquanto no Laura Alvim 1, é exibido o singelo, mas belo Namorada Errante (16h).

Dia 30, Domingo - dicas
por Eduardo Valente
Se ontem foi dia de Botafogo e Barra, hoje é dia de fazer jus ao nome, e ficar na Cinelândia. Afinal, teremos como principal evento uma exibição especial da cópia nova de A Idade da Terra, de Glauber Rocha (Odeon, 21h30), a mesma que foi exibida em sessão especial no encerramento do Festival de Veneza. Para quem nunca viu, o aviso/convocação: o filme, no cinema, é experiência única. Mas está longe de ser o único destaque do dia na "terra do cinema": estréia no Festival o novo filme de Paulo Caldas, Deserto Feliz (Odeon, 14h15), um dos mais esperados filmes de ficção desta que tem sido uma Premiére Brasil bastante interessante - e que apresenta ainda o documentário de Toni Venturi, Rita Cadillac - A Lady do Povo (Odeon, 12h e 19h15) e, fora de competição, Iluminados (Odeon, 17h), filme sobre alguns dos principais diretores de fotografia do cinema brasileiro. Como se fosse pouco, ali do lado, no Palácio, temos a chance de ver o mais recente filme de Mario Monicelli, As Rosas do Deserto (18h45), o que não é pouca coisa.

Em meio a estes eventos, podemos não nos dar conta de duas estréias importantes: enquanto em Ipanema, começa a passar a Palma de Ouro de Cannes, o romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (13h e 17h30), a Barra vê a primeira exibição de Go Go Tales, de Abel Ferrara (14h30). Mas, para quem costuma ficar mais no circuito mais tradicional do festival, vale notar que ambos os filmes ainda passam em Botafogo... então talvez seja melhor privilegiar as duas despedidas do dia: Império dos Sonhos, de Lynch (Ipanema 2, 22h) e Uma Velha Amante, de Breillat (Estação 1, 15h45 e 21h45).

Finalmente, se as sessões de meia-noite de sábado estiveram particularmente desinteressantes (talvez para dar chance do pessoal colocar em dia a vida social), no domingo a galera que trabalha cedo segunda vai ter motivos pra passar o dia com sono. O destaque todo vai ficar com a premiére nacional de Controle, a História de Ian Curtis (Espaço de Cinema 1, 23h30), mas até porque a sessão vai estar lotada e deixar gente de fora, vale destacar bastante a alternativa: no Estação 1, a mostra Mundo Gay sai do gueto estético e exibe um filme que causou belíssima impressão (e estranheza) na Quinzena dos Realizadores em Cannes 2007 - Antes que eu Esqueça (0h). Pode ser sem dúvida o azarão do dia, e um belo fecho de fim de semana.

Dia 29, Sábado - dicas
por Eduardo Valente
Este sábado marca mais duas potentes estréias no Festival, mas o destaque aqui vai para uma despedida - não só porque as estréias ainda passam de novo, mas porque estão também compradas para distribuição. Assim sendo, o programa obrigatório de sábado é uma ida ao Espaço de Cinema, para ver um das mais catárticas experiências de cinema do ano: Floresta dos Lamentos, de Naomi Kawase (14h30, 21h30). O filme tinha me causado forte impressão em Cannes, mas exibido no penúltimo dia da maratona física e mental, não tinha "batido" de todo. A revisão, em pleno Laura Alvim 1 (com ótimo som e projeção, apesar do tamanho pequeno), foi devastadora. Um filme para ficar na memória sensorial por muito tempo.

Mesmo com estréias posteriores no circuito asseguradas não dá para ignorar a grandeza dos dois filmes que começam a passar no Festival amanhã: Paranoid Park, de Gus Van Sant (Estação 1, 14h e 20h), um dos últimos a ser liberados nas vendas antecipadas, mas devidamente a nosso dispor agora; e Lady Chatterley, da ainda pouco conhecida por aqui Pascale Ferran (Espaço de Cinema 2, 16h30). Dois filmes que primam pela entrega à experiência de seus protagonistas, e que fazem de Botafogo amanhã o centro nervoso inconteste do Festival.

No entanto, aqueles que moram na Barra ou adjacências não podem reclamar do sábado que têm pela frente: no cardápio do Barra Point, vários dos principais filmes do Festival se acumulam neste dia 29. A sala 2 é uma festa: tem o David Lynch de Império dos Sonhos (18h30), passando pelo Techiné de As testemunhas (14h00), o belo filme de Catherine Breillat, Uma Velha Amante (16h15) e fechando com o belo, ainda que irregular Mister Lonely (21h45). No entanto, não chega a dar para sugerir uma internação de dia inteiro na sala 2, porque precisa ser aberto espaço para ver na sala 1 o último dia do Hong Sang-soo belíssimo que é Mulher na Praia (14h15 e 18h45). Quem for da Barra então, tem dia cheio - faça chuva ou faça sol.

Dia 28, Sexta - dicas
por Eduardo Valente
Como adiantamos ontem, sexta marca a estréia de dois gigantes no Festival: o mais badalado, já com todas as sessões esgotadas nas vendas antecipadas, é mesmo o Império dos Sonhos, de David Lynch (Espaço 1, 12h; Espaço 2, 15h45) - gigantesco também nas suas quase 3 horas de duração. O Lynch é obrigatório, claro - mas estréia ainda no começo de novembro nos cinemas nacionais. Mais rara deve ser a chance de ver o último Manoel de Oliveira, Cristóvão Colombo - O Enigma (Estação 1, 20h) - o gênio português que se aproxima dos 100 anos de idadenos brinda com dois filmes no Festival deste ano. Não só o filme não tem estréia programada, como suas outras exibições no Festival são todas no Cine Glória, sala simpática mas pequenininha e que não faz (ainda) exibições em película. Então, a ida ao Estação 1 amanhã é obrigatória.

Mas sexta tem muito mais do que isso: tem as estréias no Festival de Planeta Terror (Espaço 1, 17h10 e 21h30), o filme de Robert Rodriguez que faz dobradinha com o genial último filme de Tarantino (mas que, atenção, estréia ainda em outubro); do pouco conhecido, mas muito elogiado em Cannes, Antes que eu Esqueça, de Jacques Nolot (Palácio 2, 14h e 19h); e do belo filme de Catherine Breillat, Uma Velha Amante (Ipanema 2, 13h e 0h).

Se ainda sobrar algum horário nas programações, as outras três grandes atrações do dia são o novo filme de André Techiné, As Testemunhas (Estação 1, 15h45 e 21h45 - comprado para lançamento posterior, é bom que se diga); o pequeno mas potente argentino O Assaltante (Espaço 2, 12h30 e 19h15); e finalmente o coreano O Antigo Jardim (Espaço 3, 16h e 23h45), de Im Sang-soo (não confundir com outro coreano que destacamos, Hong Sang-soo: Im teve seus President's Last Bang e Good Lawyer's Wife exibidos com destaque no Festival de 2005) .

Dia 27, Quinta - dicas
por Eduardo Valente
Parem as rotativas: quinta é dia de peregrinação ao Odeon para ver, na maior tela possível, o grandioso (melhor adjetivo não temos em mãos) I'm Not There, de Todd Haynes (21h30). Não é só questão de Haynes reinventar a idéia mesmo de filmar a biografia de um artista (no caso, Bob Dylan), mas principalmente de como ele o faz. O filme é de uma beleza ímpar, desde já um dos maiores do ano. Muito a ser dito ainda.

Para além de Haynes, quinta fecha a primeira semana de programação de Festival, e assim como na sexta há muitas estréias, quinta há muitas despedidas. Listamos aqui as principais últimas chances que o leitor tem: Andarilho, de Cao Guimarães (Espaço 3, 18h); O Nome Dela é Sabine, de Sandrine Bonnaire (Estação 1, 14h e 20h); Zoofilia, de Robinson Devor (Palácio 2, 14h e 19h); e Mutum, de Sandra Kogut (Leblon 1, 14h e 19h).

Falando em filmes nacionais, o Odeon terá amanhã a honra de duas estréias aguardadas: fora de competição, Ricardo Miranda apresenta o seu A Etnografia da Amizade (17h), sobre Paulo Cezar Saraceni; e, na sequência (19h15, mas também passa às 12h), Guilherme Coelho exibe PQD, seu segudo filme sobre o qual publicamos uma entrevista com o diretor quando de sua finalização. Mesmo caso, aliás, de A Via Láctea, que estréia no Odeon (14h15), e com cuja diretora (Lina Chamie) também conversamos.

Dia 26, Quarta - dicas
por Eduardo Valente
O maior destaque da quarta é mesmo a exibição de Andarilho, de Cao Guimarães (Odeon, 12h e 19h15) na enorme tela do cinema da Cinelândia. Chance de imersão total neste filme que representou o Brasil em Veneza 2007 - e que faz uma curiosa dobradinha com Diário de Sintra, que tem sua última exibição (Espaço 3, 18h).

Em termos de cinema internacional, temos um novo Tsai Ming-liang que divide opiniões (Eu Não Quero Dorminr Sozinho, Estação Botafogo 1, 15h45 e 21h45); a última exibição da coletânea de curtas O Estado do Mundo (Ipanema, 17h45 e 22h15), que traz trabalhos de Pedro Costa, Apichatpong Weerasethakul e Chantal Akerman; e a estréia no Festival do muitíssimo elogiado novo filme de Tom Kalin, Savage Grace (Espaço de Cinema 1, 14h30 e 19h)..

Finalmente, temos as apostas no (quase) escuro, que amanhã incluem uma dobradinha no Espaço de Cinema 3, com o vencedor do Festival de Roterdã, Antiga Alegria (12h e 20h) e o representante espanhol na Un Certain Regard, Solidão (13h30 e 21h30). Fora isso, atenção ao musical que nos chega da Indonésia, Opera Jawa (Estação 3, 17h e 23h45).

Dia 25, Terça - dicas
por Eduardo Valente
Terça é dia de dupla estréia nacional no Festival. A mais badalada, certamente, será a de Mutum, de Sandra Kogut (Odeon, 14h15), um pequeno belo filme já visto e comentado em Cannes. Mas a mais urgente, inclusive pelo fato de que será a única exibição dentro do Festival para aqueles que não frequentam a Barra, é a de Mulher na Praia (Espaço de Cinema 3, 13h45 e 21h30), primeiro filme do coreano Hong Sang-soo a ser exibidos nos grandes festivais nacionais - mesmo já sendo ele um nome mais do que consagrado nos grandes festivais internacionais. Como não sabemos quando se dará outra chance de ver o coreano no cinema por aqui, é a grande pedida do dia.

Falando em últimas chances de ver um filme, dois belos trabalhos se despedem do Festival nesta terça: é a última oportunidade de ver o singelo e potente documentário de Nicolas Philibert, De Volta à Normandia (Ipanema 1, 13h15); e também de dar um até logo (já que em se tratando de filmes nacionais, acabaremos tendo mais chances para vê-los - embora elas possam demorar bastante...) para Onde Andará Dulce Veiga? (Leblon 1, 14h e 19h), o novo e bastante interessante filme de Guilherme de Almeida Prado.

Na seara dos ainda não vistos, a curiosidade se divide principalmente entre Diário de Sintra, o documentário de Paula Gaitán sobre a passagem de Glauber Rocha por Portugal (Odeon, 12h e 19h15); o filme dirigido pelo filho de Hayao Myazaki, Contos de Terramar (Palácio 2, 15h45 e 22h); e finalmente o bastante elogiado Temporada de Seca, exibido em Veneza no ano passado com repercussão bem forte (Estação 3, 17h e 23h45).

Dia 24, Segunda - dicas
por Eduardo Valente
Um dia de não muitos destaques na programação do Festival, mas onde se pode programas pelo menos três dobradinhas interessantes de filmes. A mais forte e atraente, disparada, é a que junta o Prêmio Especial do Júri (espécie de segundo lugar) com o Prêmio do Júri, em Cannes 2007: trata-se, respectivamente, de Floresta dos Lamentos, da japonesa Naomi Kawase (18h e 19h50); e Silenciosa Luz, do mexicano Carlos Reygadas (13h30 e 21h40). Infelizmente esta programação de luxo acontece numa sala mais distante dos centros nervosos do Festival (que são Botafogo e Cinelândia), lá no Laura Alvim, em Ipanema - uma sala de tela pequena, mas projeção honesta.

As outras duas dobradinhas nós recomendamos sem conhecer (ainda) os filmes, mas baseados na sua carreira e/ou na de seus diretores. De um lado, temos os argentinos dominando o dia no Espaço de Cinema, com Nascido e Criado, de Pablo Trapero - mesmo diretor de Bonaerense e Família Rodante (12h30 e 19h15) e O Outro, de Ariel Rotter, ganhador de prêmios em Berlim neste ano (14h45 e 21h30). De outro, temos dois filmes também bem recebidos na competição de Berlim, passando no Estação Ipanema: Irina Palm, de Sam Garbarski, com Marianne Faithful no papel principal (15h15 e 19h45) e Hallam Foe, de David Mackenzie (17h30 e 22h).

Para além destes, vale programar para ver dois filmes que dividem opiniões: Em Minha Memória, de Saverio Constanzo, agradou bastante ao nosso Leonardo Mecchi, quando de sua exibição em Berlim, mas não pareceu assim tão forte a este que vos escreve; já sobre Shortbus, de John Cameron Mitchell, eu e Leo concordamos ao não curtir muito o filme, mas vários outros colegas têm gostado bastante dele, como Raphael Mesquita na Contracampo. São casos para o leitor conferir e formar sua própria opinião.

Dia 23, Domingo - dicas
por Eduardo Valente
Ainda não viu Síndromes e um Século? Então, levante da cadeira e corra para o Espaço de Cinema, pois hoje o filme passa pelas últimas vezes (Espaço 1, 14h30 e 19h). Já viu Síndromes e um Século? Pô, levante da cadeira e vá ao Espaço porque este domingo é sua última chance de rever o filme num cinema carioca! Ah, sim: e de brinde você ainda ganha a possibilidade de uma sessão dupla com o novo do Chabrol, Uma Moça Dividida em Dois (Espaço 1, 16h45 e 21h15). Não é pouca coisa.

Mas, assumindo que pode ser que nem todos queiram seguir essa indicação específica (como não???), vamos destacar algumas outras sessões do domingo. Afinal, tem também Manoel de Oliveira com seu Belle Toujours no Estação 1 (14h e 20h), tem o belo documentário da fantástica atriz Sandrine Bonnaire (O Nome Dela é Sabine), passando no Ipanema 1 (17h30 e 22h); tem o curiosíssimo Mister Lonely, também em Ipanema (sala 2, 15h30 e 20h); e lá na Barra tem o emocionante documentário De Volta à Normandia (Barra Point 2, 19h) e o cômico For Your Consideration, do sempre engraçado Christopher Guest (Barra Point 1, 14h15 e 18h45).

E, ao mesmo tempo que tem filme fazendo aguardada estréia mundial (caso de Onde Andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado, no Odeon, às 14h15), tem outros se despedindo do Festival, inclusive alguns de seus bons filmes: passam pela última vez no domingo À Prova de Morte, de Tarantino (Roxy 2, 14h e 19h) e Nome Próprio, o surpreendente filme de Murilo Salles (Ipanema 1, 15 e 19h30).

Dia 22, Sábado - dicas
por Eduardo Valente
Neste sábado, assim como acontece neste Festival em alguns outros dias, o destaque maior vai para o cinema brasileiro. Primeiro, com a estréia no Brasil de A Casa de Alice, de Chico Teixeira (Odeon, 14h15), filme exibido em Berlim e que tem gerado bastante discussão. Depois com a estréia mundial de Ainda Orangotangos (Odeon, 0h), filme que inaugura uma nova seção da Première Brasil (Novos Rumos) e que marca a estréia em longas do gaúcho Gustavo Spolidoro. Como curiosidade maior, vale dizer que é um filme realizado em um longo plano-sequência de mais de 90 minutos, que cruza vários locais da cidade de Porto Alegre.

Entre os filmes que pudemos ver nas cabines do Festival, o Estação Ipanema mostra amanhã dois que dividiram opiniões: Anna M. (Ipanema 1, 22h15) e Em Minha Memória (Ipanema 2, 15h15 e 19h45). Nos dois casos são certamente filmes que o leitor pode ir ver com a certeza de que, no mínimo, terá bons argumentos para debater após a sessão. Outro motivo certo para discussão é o filme de Carlos Reygadas, Silenciosa Luz (Espaço de Cinema, 12h e 19h), que o leitor pode aproveitar para emendar com De Volta à Normandia, o novo filme de Nicholas Philibert, mesmo diretor de Ser e Ter (Espaço 3, 15h45 e 23h45).

Finalmente, temos mais sessões de dois destaques já citados no dia de ontem, só que em salas menos centrais do Festival - mas fica a dica para quem mora nas vizinhanças: À Prova de Morte, de Tarantino (que certamente se beneficiará da bela projeção do Leblon 1, 16h30 e 21h30); e Síndromes e um Século (Barra Point 2, 16h45).

Dia 21, Sexta - dicas
por Eduardo Valente
Tomara que seja apenas "azar de principiante", mas o fato é que já no seu primeiro dia, o Festival cancela aquela que seria a grande sessão-dica do dia: o filme de Sidney Lumet, Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto, não passará mais no Festival, tendo esta sua única sessão cancelada. Pelo menos, dois consolos: que está comprado com data prevista de estréias (ao contrário do Lumet do ano passado); e que foi substituído por outro filme de interesse, O Expresso Darjeeling, de Wes Anderson (Palácio 1, 21h15). Continua sendo, talvez, a melhor sessão do dia. Digo talvez porque há uma outra substituição bem forte neste primeiro dia, uma troca de papéis Grindhouse, por assim dizer: às 16h e 22h, o Estação Botafogo 1 exibe À Prova de Morte, de Tarantino, no lugar de seu filme-irmão Planeta Terror.

Mas o dia está longe de se limitar a esses dois filmes - muito pelo contrário, o Festival começa com tudo em quase todos os bairros. Senão, vejamos: em Ipanema, há sessão dupla com Chabrol (Uma Moça Dividida em Dois, 15h15 e 19h45) seguido de Apichatpong (Síndromes e um Século, 22h). Em Botafogo, no Espaço de Cinema, tem o bem falado em Berlim Irina Palm (Espaço 2, 14h45 e 21h30); o belo filme de Sokurov, O Sol (Espaço 3, 12h e 20h); o premiado em Cannes 2006, Luxury Car (Espaço 1, 14h30 e 19h); e ainda uma tripla opção para a última sessão entre o hiper-lotado Tropa de Elite (Espaço 2, 23h45), a promessa de cult bizarro As Bonecas Safadas de Dasepo (Espaço 1, 23h30) e o sempre engraçado Christopher Guest (de Spinal Tap!), com For Your Consideration (Espaço 3, 0h).

Finalmente, para quem já gosta de começar arriscando, três apostas possíveis: o documentário Culturas Estranhas, no novo Cine Glória (16h); o chinês A Vida Pós-Moderna da Minha Tia, da diretora ainda desconhecida no Brasil Ann Hui (Barra Point 2, 16h45); e o belo e estranho Zoofilia, no mesmo Cine Glória (17h45 e 21h). Ah, sim: no Glória a entrada é franca!

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