in loco
II Jornada de Cinema Silencioso
Entre o berço do cinema e a resistência ao desaparecimento

Berçário ou casa de repouso? A Jornada do Cinema Silencioso, que esse ano chegou à segunda edição com sessões cheias e momentos de enorme emoção, carrega esses dois sentidos: o do berçário e o da casa de repouso, da novidade e da duração, do nascimento e do resgate.

Há, por um lado, o caráter de encontro com vestígios do cinema de mais de 80 anos atrás. A Jornada passa a ser, nesse contexto, uma celebração de sobreviventes. Cada imagem projetada ali tem uma biografia, um percurso de acidentes, perdas, reencontros, comas, empenhos, renascimentos – com alguns filmes faltando partes, outros um pouco reformados. Há um ar sagrado em cada fotograma projetado. Somos conduzidos a um outro estágio dessa linguagem, o silencioso, mas também a sinais resistentes a seu desaparecimento. Esse caráter de sobreviventes de uma arte e de um tempo histórico é celebrado em sessões cuja organicidade ritualística do acontecimento (a volta à vida de imagens semi-mortas ou ameaçadas de morrer) são valorizadas. O evento se torna mais central que o que está diante de nossos olhos: os filmes em si. Porque há na Jornada uma intersecção: presente e passado em relação de respeito mútuo, de convivência com as diferenças de lado a lado, mas também de integração dos momentos em um mesmo espaço. Nos textos abaixo, passeamos um pouco pelos dias passados em meio a estas imagens e sessões.

As sessões e os filmes
por Cléber Eduardo

Da nada primitiva arte do quadro silencioso
por Lila Foster

Defesa das falas em um filme silencioso (Solidão, de Pál Fejos)
por Cléber Eduardo

Uma obra-prima sobre o ridículo do homem (O Grande Desfile, de King Vidor)
por Paulo Santos Lima

Ozu e Mizoguchi em uma sessão de ruídos
por Cléber Eduardo

Duas ou três coisas que eu sei sobre ela (a Jornada)
por Lila Foster

Agosto de 2008

editoria@revistacinetica.com.br


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