No início de dezembro aconteceu no Reserva Cultural, em São Paulo, o seminário “Panorama do Cinema Mundial”, evento que buscou traçar uma radiografia do mercado cinematográfico de 26 países do mundo, definindo suas características e as estratégias para tentar preservar sua produção da hegemonia do cinema norte-americano. O encontro foi motivado pela situação-limite observada em junho último, quando 98% das salas de cinema brasileiras estavam ocupadas por produções norte-americanas (conjuntura observada, com maior ou menos intensidade, em diversos países do mundo). Diante de tal situação, quais caminhos tomar?

O que pôde ser observado nas exposições dos diversos palestrantes foi como a história se repete de maneira muito semelhante em diversos países do mundo: o surgimento de uma produção nas primeiras décadas do século XX, sua consolidação, um período de estreita comunicação com o público local (principalmente nas décadas de 70 e início dos 80, quando houve um fortalecimento das cinematografias regionais), uma forte crise a partir da segunda metade dos anos 80 e a recente tentativa de recuperação nos últimos 10 anos.

Publicamos agora três artigos, derivados diretamente da participação de seus autores no referido seminário. Nesses artigos, são analisados os cinemas da Romênia (por Cléber Eduardo), da Turquia (por Leonardo Mecchi) e da Tailândia (numa participação especial do Cineclube Equipe, sobre quem já tratamos aqui). Para os que quiserem se aprofundar no assunto, além do já tradicional Atlas anual da Cahiers du Cinema (publicação na qual se baseou o Panorama), este ano foram lançadas duas publicações bastante completas sobre o assunto em língua portuguesa: a série de livros Cinema no Mundo, sob organização de Alessandra Meleiro, e a 4^a edição do Database Mundo, do boletim Filme B.

Dezembro de 2007

editoria@revistacinetica.com.br