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“A diferença na forma é um termômetro da luta” – Entrevista com militantes do canal Treta no Trampo

Os entregadores de aplicativo começam a dar corpo a uma figura política coletiva frente às novas formas de trabalho, ao patrão na “nuvem”, à corrosão do que conhecemos como emprego e direitos trabalhistas. Aqui na revista lançamos uma série de textos que interrogam as imagens produzidas no contexto: o melodrama dos aplicativos, o diálogo com o cinema militante histórico, a inventividade e o desvio de finalidade na produção múltipla e heterogênea dos vídeos pelos trabalhadores no corre do dia a dia. Fechando a série #visõesdatreta, entrevistamos um grupo de militantes do canal Treta no Trampo, e puxamos a conversa sobre as formas que esses materiais ganham em meio às mobilizações, os modos de fazer e os desafios de engajar-se no combate através das imagens.

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Queríamos entender um pouco sobre as origens do canal @tretanotrampo. Como se formou essa coletividade? Qual foi o desejo inicial?

A questão inicial talvez fosse: o que pode ser um jornal operário em 2020? Entre os séculos XIX e XX, a imprensa operária cumpria um papel de organizar a experiência dos trabalhadores. “Organizar” aqui no sentido de registrar, elaborar e circular as experiências de exploração e luta nas fábricas. Várias tradições militantes destacaram o papel do jornal e, no fundo, “pôr em movimento” nada mais é do que dar forma organizada aos conflitos que já ocorrem no processo de trabalho – e assim, estimulá-los.

Quem desenvolveu essa concepção de um jeito especialmente interessante foi a militância operária autonomista do período da Guerra Fria, constatando que dos dois lados do Muro de Berlim eram as mesmas regras que organizavam a linha de montagem da fábrica. Se a revolução mais importante do século tinha dado numa variação do capitalismo, então não havia fórmula pronta para o futuro, e o centro de qualquer programa político deveria passar por uma investigação da realidade presente. O termo clássico para essa investigação é “enquete operária”. À primeira vista o termo sugere a ideia de “fazer questionários”, uma pesquisa sociológica, mas não se trata necessariamente disso – e a forma pode variar. Para eles, passava por um jornal impresso, e nós começamos a pensar que hoje isso passa pelas mídias sociais e os formatos que elas comportam, como o vídeo por exemplo. O espírito da coisa é: olhar para o processo de trabalho e os conflitos que o atravessam, porque ali se pode divisar tendências, formas e contradições da luta de classes em cada momento histórico.

Em certo sentido, essa visão também assume que o proletariado não é um sujeito dado, a-histórico, mas uma classe que toma corpo politicamente nos momentos de luta; ou seja, só existe na treta. E a forma que a treta assume não está descolada de como acontece o trampo, pelo contrário: conforme se transformam as forças produtivas, também as lutas se recompõem. Todo mundo fala hoje da uberização, mas quais conflitos podem surgir do trabalho nas empresas de aplicativo, e para onde apontam? Esse é um bom exemplo, porque via de regra os militantes de esquerda assumem reivindicações formuladas nos marcos da sociedade salarial fordista — mediada, aqui no Brasil pela CLT e pelos sindicatos — como parâmetro universal. Aí parece uma aberração que boa parte dos motoboys não queira carteira assinada, mas mesmo assim esteja fazendo greve. É para acompanhar esses movimentos reais de recomposição da classe trabalhadora contemporânea que foi criado o canal: registrar essas tretas, estimular que elas se desenvolvam e refletir sobre seus sentidos. A luta dos entregadores em particular foi uma fagulha que pegou fogo, mas outra ideia é que o canal não se restrinja a um setor específico, até porque hoje, o trabalho está difuso por todo lado. Por isso, treta nos infinitos trampos.

Qual é o perfil das pessoas que participam da feitura e da edição dos vídeos? São universitários, profissionais de audiovisual? Como se dá a participação de entregadores e entregadoras nesse processo?

Se o vídeo é parte da luta, então dá pra definir assim: quem faz o vídeo está na luta. Mas tem nuances aí… Um dos textos que vocês publicaram, o “Treta no trampo, cinema de breque”  de Victor Guimarães, comenta um pouco sobre o jeito que os vídeos são feitos, “compostos a partir de materiais fílmicos enviados por trabalhadores – motoqueiros e ciclistas – de vários cantos do país”. É bem interessante a análise dele sobre como essa gravação é feita no front com as ferramentas de trabalho, “cada telefone empunhado como arma de luta”. Porém, se é verdade que isso resulta numa “notável diferença em relação aos esforços tradicionais dos cineastas militantes” do ponto de vista da forma fílmica, não dá para ignorar que ainda existe uma cisão entre a gravação na linha de frente e o momento da montagem. Quer dizer, ainda tem algum “cineasta militante” aí no meio do processo, mesmo que apagado na heterogeneidade da multidão. Essa anonimização é até intencional, porque serve como um estímulo à auto-organização. Por outro lado, o risco de apagar esse momento da montagem – cujas condições técnicas com frequência estão além daquelas que o conjunto do movimento tem à mão na rua – é que os grevistas se iludam sobre sua própria ação, suas capacidades e fraquezas. Para quem já tem um patrão invisível, na “nuvem”, não seria tão estranho uma direção política invisível, nebulosa, né? Então, olhando criticamente para como são feitos os filmes, eles caminham numa linha tênue e tensa entre reforçar a auto-organização e uma espécie de substituição perigosa.

Muitos dos vídeos, aparentemente, foram montados a partir de materiais enviados por entregadores. Outros, aparentemente, foram filmados na rua, com eles. Vocês poderiam nos contar um pouco sobre esse processo de feitura? E, talvez, sobre essas diferenças entre uma escolha e outra? 

Existem infinitos grupos de zap só de motoboys que servem para compartilhar informações da rua, blitz, assalto, acidente, troca ou venda de moto, jaqueta, bag, CNH, trampo, todo tipo de rolo. Esses grupos acabam sendo uma estrutura informal de organização do trabalho pelos próprios trabalhadores, paralela à dos aplicativos. Ao mesmo tempo que ela contribui para os apps funcionarem melhor (a galera se avisa onde tá tocando mais corrida, se deu algum bug, se ajuda com problemas no suporte, bloqueios etc.), também é ali que às vezes aparecem memes ironizando o trabalho, desabafos, e organização de atos. Foi por meio dessa estrutura de grupos, com pontes entre grupos locais e nacionais, que se articulou o breque do dia 1º de julho.

Conforme o chamado foi se espalhando, a galera começou a gravar vídeos em selfie dizendo “aqui na nossa cidade a gente vai parar também!”. Esses vídeos serviram tanto para criar referência na própria cidade, quanto para animar os entregadores de outros lugares a aderirem também. Entrou numa dinâmica parecida com a dos “desafios” de TikTok e Instagram. A gente compilou esses salves num vídeo único, e fizemos um chamado pros entregadores mandarem mais.

Os vídeos dessa luta postados na página do Treta foram principalmente isso: colagens de áudios e vídeos da discussão que o movimento estava fazendo no WhatsApp. Mas também captamos imagens na rua, por exemplo na série “Diários de um Entregador”. Foi uma espécie de enquete sobre os problemas do trabalho no começo da pandemia, trocando ideia nos bolsões e acompanhando os atos menores que já vinham acontecendo. A diferença na forma do vídeo, mais do que uma escolha nossa, é um termômetro da luta. Quando a mobilização está quente, os trabalhadores gravam eles próprios, tomam para si a tarefa de construir a luta. A enquete passa a ser uma autoenquete.

Os trabalhos de vocês nos parecem ser bem diferentes de outras produções audiovisuais consideradas militantes. Por exemplo, ao apostarem numa polifonia de vozes e de registros, ao invés e amarrar um discurso único através de uma narração. Essa diferença é proposital? Como são as discussões no interior do coletivo sobre como montar cada vídeo? 

A polifonia resulta do próprio modo de produção dessas imagens – a uma ou outra gravação que nós fazemos na rua, se somam os materiais que circulam nos grupos de WhatsApp: áudios gravados em uma discussão entre as entregas, vídeos de celular gravados no improviso na rua ou em casa depois do trabalho etc. – o que por sua vez talvez corresponda um pouco à forma do trabalho.

Poderíamos, é claro, tentar eliminar tudo isso na hora de editar. Mas ia colocar a voz de quem pra fazer a narração? Uma voz externa faz muito pouco sentido – talvez porque isso que chamamos às vezes de consciência de classe não vem exatamente de fora, como uma narração em off. Faz mais sentido entender e mostrar o que já está sendo dito e circulando pelos próprios entregadores, mas que acaba se perdendo na correria do dia a dia. Mas isso não tem relação com qualquer noção de “lugar de fala”, não se trata disso. Pela lógica do lugar de fala, por exemplo, o público de esquerda pode encontrar um entregador que lhe sirva de espelho, que fale exatamente aquilo que esse público gostaria de ouvir, e entronizar o cara. Por mais isoladas que suas posições sejam entre os colegas de trabalho, elas parecem ter alguma representatividade graças à identidade de “entregador”.

Por outro lado, seria falso dizer que a edição nada mais faz do que “juntar” o material bruto do zap. Pelo próprio volume, que é imenso, precisa ter uma seleção. Há uma escolha aí por dar visibilidade às posições que reforçam o conflito de classe e as táticas de luta que atravessam o cotidiano do trabalho, em detrimento de outros – por exemplo, falas que ecoam a pegada dos sindicatos e associações (que querem levar a luta da rua para os tribunais, para o legislativo etc). Também não deixa de ser uma opção política ir mesclando várias vozes ao invés de manter a forma personalista do youtuber ou da liderança, uma forma que aparece em boa parte dos vídeos individuais. Na junção de várias vozes de entregadores também ressoa a ideia de movimento, um movimento que é “nóis por nóis”, sem precisar de sindicato ou político nenhum. O vídeo tenta fazer uma convocação que não pede a adesão passiva à decisão de um grupo ou personalidade, mas incentiva na sua própria forma uma participação ativa nos rumos do movimento.

Como vocês chegaram a esses elementos do breque, da faixa zebrada, do rap? Isso surgiu a partir do materiais dos entregadores? Qual a importância de pensar essa iconografia na mobilização e como avaliam, de modo geral, a iconografia e a estética dos movimento de esquerda frente a estética de zap bolsonarista? 

A faixa zebrada apareceu junto com o Treta, no começo da pandemia, quando estávamos tentando nos aproximar de uma estética que não fosse “bem-acabada”, mas se ligasse à precariedade e a esse estado de emergência que nos tomou a todos de surpresa, mas que na verdade já marca a experiência do trabalho e da vida urbana em geral há muito tempo.

É engraçado que a fita zebrada tenha aparecido fisicamente numa luta daquele momento. Os jornais noticiavam os primeiros casos, o vírus se espalhando, a quarentena em outros países, mas por aqui a situação estava indefinida. Cada dia que passava, ir trabalhar parecia uma coisa mais tensa e absurda. E nas empresas de telemarketing – imagina o que é ficar numa operação com centenas de pessoas falando e respirando no ar condicionado fechado o dia todo – isso transbordou em paralisações, protestos, faltas coletivas e outras ações selvagens (sem o sindicato) pedindo pra serem liberados. Se as instituições sanitárias não se mexiam para interditar os call centers, então os próprios operadores começaram a realizar ações que interditavam temporariamente esses espaços de trabalho – e uma ou outra vez usaram a fita zebrada para bloquear a passagem e sinalizar o perigo.

Esse movimento do telemarketing foi eclodindo ao mesmo tempo em várias cidades do país, e ganhou uma cara mais ou menos coesa com o chamado de greve nacional dos call centers na sexta, dia 20 de março. Os operadores trocavam informações pelos grupos de WhatsApp e Facebook, e isso lembra o Breque. Dá pra assistir os vídeos da época na página do Disk Revolta, e é interessante notar neles uma diferença “estética” importante em relação aos motoboys: as gravações registram sempre uma muvuca do lado de fora da empresa, na rua, ou então os postos de atendimento vazios. O formato de selfie dos vídeos dos entregadores está fora de cogitação para o empregado CLT, que tem uma relação de submissão direta a um chefe, o medo da demissão por justa causa etc.

Quanto às músicas, é verdade que além do rap tiveram alguns funks e um samba do Bezerra da Silva. Mas o rap é importante, e especialmente o rap dos anos 90, porque foi uma das expressões mais bem elaboradas e politizadas da experiência da guerra social urbana. As referências à guerra estão presentes no discurso dos motoboys toda hora. “Guerreiros”, “tropa”, “luta”, “batalha” etc. são termos usados para falar do próprio trampo. A real é que o tema da guerra atravessa a conjuntura como um todo, e não é à toa que um capitão e um general venceram as últimas eleições. Isso traduz a realidade social. Não tem como a mobilização não passar por aí, mas não dá pra perder de vista que a simbologia militar tende ao conservadorismo. Afinal, a guerra que está posta no dia a dia é o trânsito, o mercado de trabalho, o mata-mata de todos contra todos. Uma parte importante do rap nacional, que marcou toda uma geração de jovens trabalhadores — muitos dos quais hoje estão em cima de motos — constata essa guerra de um ponto de vista crítico, que aponta para a verdadeira guerra que nos interessa: a guerra de classes.

Pode ser reconfortante explicar a circulação e o sucesso dos materiais bolsonaristas pelo uso de disparos em massa de fake news sensacionalistas, como se as pessoas fossem manipuladas, fechando os olhos para o que há de verdade no discurso dessa nova direita. Não é à toa que a estética da esquerda não convença: via de regra, elas passam por escamotear a violência, tentando reabilitar uma linguagem cidadanista e democrática que já caducou. Soava hipócrita quando era a esquerda no governo, agora soa só ingênuo. Tem um texto que faz essa discussão, chama “Olha como a coisa virou”, a gente acha que é meio por aí.

No caso do breque, os materiais da esquerda, “antifascistas”, parecem ter tido mais circulação num nicho de clientes dos aplicativos – cuja relevância na mobilização de boicote às marcas não deve ser menosprezada. Já entre os entregadores, é emblemático um vídeo em que motoboys passavam um fio com cerol para cortar fora a parte de um panfleto com a assinatura de um coletivo com “Esquerda” no nome, e colavam o resto do panfleto na bag, agradecendo a eles a impressão do material.

Os trabalhos finalizados não têm a assinatura de pessoas físicas, e achamos que isso é muito interessante, sobretudo hoje em dia. Nesse caso, como funcionam as decisões finais de montagem/edição? Há algum tipo de deliberação interna?

Já que o que interessa não é a promoção pessoal ou do coletivo, para essa produção a autoria não faz sentido. Por vezes, um material sem assinatura completa, que não dê para entender da onde vem, tem mais impacto e circulação do que materiais assinados. Entre a escolha de aumentar o número de seguidores da página ou a circulação do material, ficamos com a segunda opção. Talvez seja por isso, inclusive, que o material mais anônimo pegue mais: você está compartilhando a mensagem política do vídeo, e não promovendo alguém (seja político, sindicato, influencer, empresa, grupo…). Importa o vídeo, e não quem. Mesmo “Treta no Trampo” é uma assinatura meio genérica – mais do que um nome de grupo, “treta no trampo” é a descrição de uma linha política. Você está fazendo greve, você está fazendo treta no trampo.

O medo da repressão e o caráter difuso e massivo desse trabalho (não à toa a modalidade de trabalho da maioria deles é chamada de “Nuvem”) também jogam com o anonimato, com a ideia de estar junto com a massa, sem se destacar e virar “estrela”.

Percebemos nos trabalhos uma certa tendência à variedade dos registros. Como lidar com um material tão diverso? 

Em outro artigo que vocês publicaram, “Seriam os informais formalistas?”, o autor Juliano Gomes discute a diferença na qualidade, quantidade, tipo de compressão ou formato dos vídeos, e o que isso diz sobre a luta. Quanto mais variados e menos homogêneos os registros, maior a dimensão real do movimento e a participação. Não parece à toa que alguns dos vídeos de maior circulação sejam justamente os mais heterogêneos e diversos.

Como vocês veem o trabalho dos vídeos na relação com as mobilizações do breques? Qual a avaliação que fazem atualmente sobre a capacidade de mobilizar dos vídeos e a capacidade de imprimir uma estética ao movimento, tanto para o movimento dos entregadores quanto para a população?

O vídeo é parte do processo de mobilização. Não é só a circulação do vídeo que mobiliza, mas fazer o vídeo também é parte do processo. Quando o pessoal se junta num bolsão e grava um “salve” em uma cidade, já estão construindo a paralisação ali.

Por outro lado, hoje em dia como observou um camarada, qualquer mobilização rapidamente se converte nas imagens que são feitas dela. No dia 1º de julho em São Paulo, por exemplo, ainda que tenham ocorrido bloqueios em dezenas de shoppings, galpões, restaurantes e supermercados pela manhã e em alguns casos até à noite, isso passou batido diante da imagem marcante da grande marcha de motos na Ponte Estaiada. A imagem da mobilização passa a ser a do carro de som do sindicato, enquanto a ação difusa – talvez menos fotogênica e certamente menos espetacular – se perde.

Outro exemplo: o segundo breque, no dia 25, contou com uma adesão muito mais passiva do que o primeiro. As concentrações foram muito mais esvaziadas. Mas o vazio, nesse caso, também era resultado da própria forma como ocorreu a greve: muitos entregadores simplesmente tiraram o dia para ficar em casa. O bolsão do Shopping Center Norte costuma ficar lotado, com dezenas e dezenas de entregadores esperando pedidos na hora do almoço. Naquele sábado, um dia de alta demanda, só se via meia dúzia de fura-greves (ou “passa-fome”, para usar o termo dos entregadores) esperando corridas. Mas que imagem esse vazio produz?

Qual a avaliação que fazem hoje após os dois breques e quais as perspectivas próximas para o Treta?

Há poucos dias, fomos até um bolsão com uma entregadora para conversar sobre os breques e a situação atual no trabalho, pensando em filmar algumas dessas avaliações. Não foi fácil. Ninguém parecia querer conversar sobre isso e entre quem topou, as respostas variavam um tanto: muitos diziam que a mobilização não adiantou nada; um deles disse que mesmo assim valeu a pena porque foi uma “vingança” dos entregadores; outros acreditavam que as paralisações tinham resultado em uma série de pequenas melhorias nas condições de trabalho. Talvez tudo isso seja um pouco verdade.

Recentemente, vários entregadores se depararam com uma mensagem da Rappi dizendo que tinha errado a região de uma promoção e que, portanto, simplesmente não iam pagar o bônus prometido para quem tinha cumprido a meta anunciada no final de semana anterior. A movimentação dos entregadores nas redes sociais e a ameaça de uma ação na porta do escritório da empresa bastaram para que eles voltassem atrás e começassem a pagar os trabalhadores. Parece ser sinal de uma agitação sem forma política definida que deu as caras em julho e está longe de acabar, manifestando-se periodicamente em tretas aqui e ali. Queremos continuar por perto dessas tretas, seja entre os entregadores ou em outros cantos do cotidiano de exploração.

Há alguma outra coisa que vocês acham interessante destacar no trabalho de vocês, mas que nós não prestamos atenção? 

Que não é um trabalho, é treta (risos). Em relação ao trabalho, a gente quer treta.


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