Um mês documentado
por Cléber Eduardo e Eduardo Valente

Março vai chegando ao final com a Cinética, e em especial os dois editores acima-assinados, completamente imersos nos documentários - a começar pelo fato de Cléber Eduardo estar em plena realização de um. Além disso, temos a cobertura e atenção natural que esta época do ano nos faz dispensar ao É Tudo Verdade. Como se isso em si fosse pouco, coincidências de calendário fizeram com que as datas deste festival quase se superpusessem com a primeira mostra produzida e conceituada integralmente por membros aqui da revista, a Eu é um Outro, que ocupou a Caixa Cultural no Rio de Janeiro entre 18 e 30 deste mês.

Ao longo das duas semanas, mergulhamos na seleção de 36 longas documentários que foram apresentados nas duas salas de cinema da Caixa, e também nas questões que nossa curadoria previamente levantou – e que acabaram se multiplicando em outras tantas no contato com realizadores, teóricos e críticos que compareceram aos seis debates realizados. O resultado desta imersão o leitor certamente acompanhará aqui nas próximas atualizações da revista, que prometem um abril ainda bastante voltado para a reflexão sobre o fazer documental.

Curiosamente este abril se segue a um mês de março especialmente feliz para nós aqui da redação por termos conseguido colocar no ar algumas de nossas atualizações mais “volumosas”. Em parte a alegria vem do simples fato de ver a redação produzindo de maneira extremamente entusiasmada, numerosa e variada: nas últimas 4 semanas tivemos novos textos de dez redatores diferentes, mais a participação de dois colaboradores externos – além da colocação no ar de três Diários da Redação, que servem para comprovar uma constante atividade de pensamento/discussão no dia a dia da revista. Mas a outra parte da alegria vem também da concretização de duas pautas articuladas (a retrospectiva de 2007 em imagens e uma série de artigos sobre o cinema americano hoje), o que é sempre fruto de um esforço mais concentrado e organizado de estruturar idéias distintas a partir de pontos de partida semelhantes.

Assim é que, entre as pautas e a mostra, os debates e os filmes, a revista se vê nas vésperas do seu segundo aniversário com uma excitação típica da mais tenra infância: a sensação de que se começa a construir um trajeto, mas com a animada perspectiva de ainda haver tanto e tanto por fazer e descobrir.

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