E aí, galera cinética,
Antes de tudo, PARABÉNS! A revista está fantástica! Vem com inovações e complementos à crítica cinematográfica online. É muito bom ter ótimos críticos escrevendo e permitindo o acesso fácil aos leitores.

Minha sugestão é simples, mas acredito que para ser aceita é possível que passe por uma boa série de considerações. A maioria dos sites não permite ao leitor a grande interatividade que os blogs permitem: assim que terminar de ler o texto, comentar, opinar, gerar debate, discussão. Eu acho fantásticos os textos de revistas online como a Zeta, Contracampo, etc. Entretanto, nenhuma delas permite que se comente diretamente o texto que você acabou de ler. Eu sempre sinto esse desejo, de poder "transcender" como leitor/crítico/cinéfilo a situação de ler e depois apenas "debater mentalmente comigo mesmo o que acabo de ler".

É óbvio: posso mandar textos a vocês e creio que vocês ficarão felizes se as idéias forem razoáveis, e gostarão de debater. Mas eu acredito que esse espaço dos "comments" ou "posts" são fundamentais para afirmação da democracia na internet hoje. Para a afirmação de que "existe um público" e esse público é interessado em debater, comentar e, até mesmo, complementar, já que as críticas de vocês (graças a Deus) têm um caráter muito mais ensaístico (no sentido de, dificilmente, "finalizar" o conceito ou teoria sobre a peça de cinema).
Então, termino rearfimando: gostaria de ver esse espaço...de comentar, opinar no Cinética. Peço – caso a sugestão seja aceita – que não seja um fórum ou um guestbook afastado (em termos de navegabilidade) do texto em si que se deseja comentar. Mas que seja ali, direto: um link ao fim da resenha crítica. Não creio que isso seria "atrapalhar" o texto, mas sim, acrescentar.

abraços
Ricardo Oliveira


Ricardo,
antes de tudo, como manda a educação, obrigado pelos elogios.

Sua sugestão lida com um assunto sobre o qual discutimos muito na criação da revista, já que desejávamos dialogar ao máximo com todos os envolvidos na área onde nos inserimos (não só leitores, mas realizadores, etc). No entanto, para ficar só no aspecto teórico (haveria também implicações práticas contando contra), concluímos que este tipo de ferramenta (guestbook, comentários, etc) freqüentemente ainda tem sido fonte daquilo que é menos interessante na internet: a inconseqüência de um certo anonimato, a desvirtuação de discussões pela simples vontade de farrear ou mesmo de aparecer, o excesso de facilidade para expor opiniões resultando na falta de esforço em torná-las mais consistentes.

Por isso, tomamos esta opção de direcionar as respostas dos leitores para uma boa e velha seção de cartas: onde podemos receber comentários, críticas, elogios e sugestões, com o compromisso de publicar tudo aquilo que seja relevante na discussão da própria revista ou dos temas que ela aborda. Quem decide o que é relevante, você diria? Ora, nós mesmos, inevitavelmente – com a crença que temos na nossa honestidade de trabalho. Mas achamos que no esforço (ínfimo que seja) de escrever um email, existe algo de simbólico que faz com que o leitor que o faz (como você) realmente queira nos dizer algo. Como fazer esta revista nos custa um grande esforço, achamos justo pedir do leitor um mínimo dele também antes de dividirmos nosso suado espaço.

E depois que, como você mesmo citou, já há uma série de espaços dedicados ao fórum livre na internet (inclusive, quase todos nós temos blogs). Achamos que é mais interessante e importante hoje ter um espaço onde o leitor procura a opinião/informação - compartilhada sim, mas de acordo com uma linha editorial fixa que ele conheça e se interesse por partilhar. Há que se tomar cuidado com a distância entre democracias e democratismos, pois nem sempre o que parece mais democrático de fato resulta nos resultados mais efetivos para um debate amplo e realmente esclarecedor.

Um abraço
Eduardo Valente
editor